Gestantes precisam redobrar os cuidados na prevenção do sarampo

Dra. Tatiana Prandini é ginecologista, obstetra e especialista em Anticoncepção e gestação de alto risco.

A cidade de Ribeirão Preto já tem dois casos confirmados de sarampo e mais de 30 estão em investigação pela Secretaria da Saúde. A doença, que já havia sido erradicada do país, está de volta em virtude da baixa adesão da população aos programas de vacinação.

O sarampo é uma doença altamente contagiosa. Estimativas mostram que 90% das pessoas susceptíveis desenvolverão a doença caso sejam expostas ao vírus. A infecção é transmitida por via respiratória e o tempo médio de incubação é em média de 10 a 13 dias. A transmissão começa 5 dias antes de surgir o exantema (erupções cutâneas) e segue até 4 dias depois do aparecimento dessas manchas vermelhas.

Os sintomas mais comuns do sarampo são: febre, mal-estar, tosse, coriza, conjuntivite e o exantema, que começa na cabeça, se alastra para o tronco e membros, e desaparece nesta mesma ordem.

A doença pode causar complicações como pneumonia e a encefalite. Esta última com sintomas parecidos com os da meningite: náusea, vômito, rigidez de nuca e até crises convulsivas.

A vacina para a prevenção da doença é uma apresentação conjunta do sarampo, caxumba, rubéola e varicela (catapora). O calendário de vacinação prevê a imunização de crianças entre 12 e 15 meses, com um reforço previsto entre 4 e 6 anos.

As gestantes não podem tomar a vacina contra o sarampo porque existe um risco teórico de elas pegarem uma infecção leve, já que a vacina é produzida com o vírus vivo e atenuado. Sendo assim, precisa tomar cuidado e evitar contato com pessoas com suspeita de doença.

Os estudos em relação às implicações da infecção na gestante, e no bebê, são antigos, da década de 50 ao final da década de 80, já que a doença já havia sido erradicada do país. Estes estudos relatam que, caso seja contaminada, a gestante vai necessitar de maior atenção dos serviços de emergência e corre risco de morte, em função das possíveis complicações ocasionadas pelo sarampo.

No caso do bebê, o risco é que ele nasça com baixo peso ou prematuro. Também aumenta o risco de aborto e morte fetal.

Por ser uma doença altamente transmissível é imprescindível que cada um cheque sua caderneta de vacinação e atualize suas vacinas. Só assim aumentaremos a imunidade da população e evitaremos novo surto da doença.