Especialista em saúde integrativa, Dra. Valéria Armando Andre, esclarece as informações mais comuns e as maiores dúvidas sobre a doença que afeta milhões de brasileiros
A Doença de Hashimoto é uma condição autoimune que afeta a tireoide, resultando em inflamação e, frequentemente, no desenvolvimento de hipotireoidismo. Apesar de sua prevalência, muitos mitos e equívocos ainda cercam essa doença, gerando confusão entre pacientes e até mesmo profissionais de saúde. No Brasil, estima-se que cerca de 15% da população sofra de algum distúrbio da tireoide, com a Doença de Hashimoto sendo uma das principais causas de hipotireoidismo. Para esclarecer alguns desses equívocos, conversamos com a Dra. Valéria Armando Andre, especialista em saúde integrativa.
“É comum as pessoas acharem que a Doença de Hashimoto é rara, mas, na verdade, ela é uma das causas mais frequentes de hipotireoidismo, afetando milhões de brasileiros. Infelizmente, a falta de diagnóstico precoce contribui para essa percepção equivocada de que a condição é incomum,” explica a Dra. Valéria. Ela também aborda um mito muito difundido de que pacientes com Hashimoto devem evitar completamente o glúten. “Embora alguns pacientes possam se beneficiar de uma dieta sem glúten, isso não é necessário para todos. A eliminação do glúten deve ser avaliada caso a caso, especialmente se houver sensibilidade associada ou doença celíaca,” orienta.
Outro equívoco que a Dra. Valéria esclarece é a crença de que a Doença de Hashimoto afeta apenas a tireoide. “Por ser uma doença autoimune, Hashimoto pode ter impactos sistêmicos, com sintomas que vão além da tireoide, como fadiga crônica, dores articulares e até problemas de saúde mental. Por isso, uma abordagem integrativa é essencial para o tratamento eficaz,” destaca a especialista.
Muitos também acreditam que a reposição hormonal com levotiroxina cura a doença, mas a Dra. Valéria alerta que isso não é verdade. “A medicação ajuda a controlar os sintomas do hipotireoidismo causado por Hashimoto, mas a condição autoimune em si ainda está presente. O acompanhamento médico regular é crucial para o manejo contínuo da doença,” enfatiza. Além disso, ela desmistifica a ideia de que todos os sintomas desaparecem completamente com o tratamento. “Embora a reposição hormonal alivie muitos sintomas, alguns pacientes podem continuar a enfrentar desafios como cansaço e ganho de peso. Cada paciente responde de forma única ao tratamento, e ajustes constantes podem ser necessários,” explica.
Embora a Doença de Hashimoto seja mais comum em mulheres, a Dra. Valéria lembra que ela também pode afetar homens. “No Brasil, a prevalência é significativamente maior entre mulheres, mas os homens não estão isentos de risco,” comenta. Por fim, a médica aborda a falsa ideia de que não há nada a ser feito além de tomar a medicação. “Além da reposição hormonal, mudanças no estilo de vida, como alimentação saudável, exercício físico regular e manejo do estresse, podem ajudar significativamente no controle dos sintomas e na melhoria da qualidade de vida. A abordagem integrativa, que considera o paciente como um todo, é fundamental para o sucesso no manejo da Doença de Hashimoto,” finaliza Dra. Valéria.