Alergia Alimentar: leite, ovo, frutos do mar e amendoim são alguns dos alimentos responsáveis por 90% das alergias

A alergia alimentar é uma reação anormal do nosso organismo a alguma proteína presente na comida. O problema ocorre quando o corpo identifica como uma ameaça substâncias que, na verdade, não causam doenças, iniciando uma resposta imune para combatê-las. Leite de vaca, soja, amendoim, ovo, castanhas, trigo, peixe e frutos do mar são os alimentos responsáveis por 90% das alergias.

Estima-se que esta condição incide em cerca de 8% das crianças com idade inferior aos três anos e quase 3% dos adultos. Podendo surgir só na idade adulta e com alimentos antes consumidos sem sintomas.

Segundo a médica alergista, Ana Flávia Bernardes, a principal forma de tratar uma alergia alimentar, uma vez constatado o quadro alérgico, é evitar a ingestão do alimento e seus derivados. Em caso de reação por consumo acidental, com manifestações cutâneas ou mesmo envolvendo outros órgãos, o alérgico deve ter consigo medicações de uso emergencial e estar ciente do plano de ação a ser seguido.

Apenas com um diagnóstico correto, feito por um especialista e realizadas as devidas orientações, que deve ser feito a restrição de um alimento na dieta. Parar de comer por conta própria pode trazer riscos nutricionais e também de reações intensas em futuras exposições, sem que haja a devida preparação.

Se a reação for grave, como manifestações clínicas do sistema respiratório que não melhora com as medidas inciais ou o temido fechamento da glote, o paciente deve estar portando um dispositivo auto-injetor de adrenalina para ser aplicado, alem de ser imediatamente levado ao hospital.

“Entre os fatores que aumentam o risco de apresentar a doença estão a predisposição genética. Mais de 50% dos pacientes com alergia alimentar diagnosticada possuem histórico familiar de alergias, além de falhas dos mecanismos de defesa e permeabilidade do sistema digestivo”, esclarece a especialista.

Os sintomas mais comuns da alergia alimentar são reações epidérmicas, como inchaços, coceiras e urticária, e no sistema digestivo, como diarreia, dores abdominais e vômito. “Também é possível que ocorra reações mais graves, apesar de menos comuns, com o desencadeamento de alguns sintomas respiratórios, como tosses, chiados no peito e rouquidão”.

“O primeiro passo no enfrentamento da alergia alimentar é o diagnóstico correto. Isso só é possível através de uma boa história dos sintomas, avaliar associações e identificação dos suspeitos verdadeiros, para então prosseguir com testes alérgicos e exames de sangue específicos que permitem investigar o agente causador da alergia. Não existe cura ou um remédio específico para tratar a alergia alimentar. O uso de medicamentos só deve ser feito sob indicação médica. Alguns alimentos podem evoluir para tolerância espontânea ao longo do tempo, principalmente na infância e hoje dispomos de protocolos para estimulo de tolerância, como a imunoterapia oral, para casos selecionados”, orienta.