Juliane Casas, coordenadora do curso de Nutrição da Faculdade Anhanguera, explica condições e os sintomas em cada caso
No mundo das celebrações e descontração, é fácil exagerar no consumo de álcool, mas nem sempre os efeitos indesejáveis no dia seguinte são simplesmente ressaca. Em alguns casos, o cenário pode ser uma reação de intolerância as substâncias.
Segundo a coordenadora do curso de Nutrição da Faculdade Anhanguera, Juliane Casas, a ressaca é um conjunto de sintomas desagradáveis que ocorrem após o consumo excessivo de álcool. “Ela ocorre devido a vários fatores, incluindo desidratação, inflamação, alterações nos níveis de hormônios e outros processos metabólicos que o corpo enfrenta como resultado do consumo”.
“Já a intolerância alcoólica ocorre quando o corpo não consegue processar o álcool devido à falta ou deficiência de enzimas responsáveis por seu metabolismo. Duas formas principais de intolerância são: a deficiência de álcool desidrogenase (ADH), que causa rubor facial, e a deficiência de aldeído desidrogenase (ALDH), que gera sintomas como náuseas intensas e palpitações”, explica a professora.
A nutricionista ressalta que apesar das duas condições terem alguns sintomas semelhantes, uma ressaca é resultado do consumo excessivo de álcool, enquanto a intolerância é uma reação metabólica. “A ressaca aparece horas após o consumo excessivo e pode durar até 24 a 48 horas. A intolerância, por outro lado, pode surgir minutos após o consumo e gera vermelhidão facial, náuseas intensas, dor de estômago, sensação de calor, tonturas, queda na pressão arterial, batimentos cardíacos acelerados, desconforto abdominal, ansiedade e sintomas mais graves”.
Em relação aos sintomas da ressaca é comum dor de cabeça, náuseas, fadiga, desidratação, sensibilidade à luz e ao som, tonturas, dificuldade de concentração e até mesmo mudanças de humor, assim como dor muscular e o aumento da frequência cardíaca. Algumas pessoas intolerantes também podem sentir as mesmas reações.
“É importante destacar que, enquanto a ressaca é causada pelo consumo excessivo de álcool e pode ocorrer em qualquer pessoa que beba em excesso, a intolerância ao álcool é influenciada principalmente por fatores genéticos e é mais comum em certos grupos étnicos. Se alguém suspeitar de intolerância ao álcool, é aconselhável consultar um profissional de saúde para avaliação e orientação adequadas”, acrescenta a nutricionista.
Juliane aponta que a melhor maneira de evitar ressaca é a moderação no consumo de álcool. “Beber água entre as bebidas alcoólicas, comer antes ou durante o consumo de álcool e descansar adequadamente podem ajudar a reduzir a intensidade dos sintomas. Se você estiver lidando com uma ressaca, a hidratação, o repouso e a ingestão de alimentos leves podem ajudar a aliviar os sintomas, em casos mais intensos, buscar um profissional de saúde para avaliação do caso”.