Semana Mundial do Aleitamento Materno reforça a importância da amamentação mesmo com o uso de métodos contraceptivos

Como aliar a quarentena e todo o processo de amamentação natural com a proteção para evitar uma nova gestação precoce

Agosto de 2019– Após o momento do parto, o recomeço da ovulação está atrelado ao processo de amamentação, já que algumas mulheres podem ovular ainda durante o aleitamento. Uma das formas de prevenir a gravidez precoce é a amamentação como forma exclusiva de alimentação do bebê, com mamadas frequentes e sob livre demanda nas 24 horas do dia, pois a sucção estimula o crescimento dos níveis de prolactina – ocorrendo um bloqueio do ciclo menstrual e da ovulação. Esta regra só tem valor nos primeiros seis meses de vida da criança e se a mulher ainda não tiver menstruado.

Para aumentar a segurança durante o período, é recomendado que a mãe adote um método contraceptivo, pontua o ginecologista e obstetra Corintio Mariani Neto, presidente da Comissão Nacional de Aleitamento Materno da Febrasgo e diretor técnico do Hospital Maternidade Leonor Mendes de Barros. Um exemplo são as pílulas que contêm apenas progestagênio, ideais para esse período. Como são livres de estrogênio, não inibem a produção de leite, nem interferem em sua qualidade e volume. O ideal é conversar com o médico sobre a possibilidade, pois ele poderá recomendar o método mais adequado.

Vale destacar que, mesmo com a utilização de métodos contraceptivos, é importante continuar com a amamentação para o desenvolvimento saudável dos bebês, assim como para a diminuição da mortalidade entre recém-nascidos no mundo. Essa importância é enfatizada durante a Semana Mundial do Aleitamento Materno, comemorada entre os dias 1 e 7 de agosto. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), mais de 800 mil vidas seriam salvas anualmente se toda criança fosse amamentada desde o nascimento até os 2 anos. “Isso porque a amamentação é uma das formas mais eficazes de garantir a saúde e a sobrevivência de recém-nascidos”, reforça Dr. Corintio.

No Brasil, somente 38,8% das crianças se alimentam exclusivamente do leite materno nos primeiros 5 meses de vida, taxa considerada abaixo do ideal pela OMS. Para o obstetra, ainda há muito a fazer para que se chegue cada vez mais perto do ideal. “Uma das medidas importantes para estimular o aleitamento é fornecer informação de qualidade às mães, já que o tema costuma trazer muitas dúvidas”, pontua.