Ginecologista e Obstetra, Dra. Evelyn Prete explica como a avaliação pode ajudar na identificação de possíveis alterações e patologias que dificultam uma gestação saudável
Ginecologista e obstetra, Dra. Evelyn Prete é especialista em medicina fetal – Créditos: Divulgação
Ainda que uma gravidez possa chegar de surpresa para um casal, muitas mulheres decidem planejar o melhor momento para engravidar. Idade, carreira e condição financeira são alguns dos fatores que influenciam na decisão de ter um filho. Além destas razões, a saúde é uma questão essencial para ser levada em consideração antes de planejar a gestação. “Quando a mulher tem planos para engravidar, é recomendável que ela disponha de um acompanhamento pré-concepcional, com o objetivo de prevenir e assegurar a saúde materno-fetal”, revela Dra. Evelyn Prete, ginecologista e obstetra. Segundo recomendações médicas, a avaliação deve se estender, também, à saúde do homem e deve ser realizada, de preferência, de três meses a um ano antes do período que se deseja gestar.
De acordo com Evelyn, que é especialista em medicina fetal pela Conceptus, a consulta pré-concepcional é tão importante quanto o acompanhamento durante a gravidez. “Sua importância consiste no preparo da saúde do casal, por meio da melhora das condições do metabolismo da mulher, no ajuste de medicamentos contínuos, na correção de deficiências nutricionais e outras eventuais desordens que podem levar a um desfecho desfavorável na gestação. Com ela, é possível monitorar e melhorar o desenvolvimento fetal, diminuindo intercorrências como o aborto e malformações”, explica.
Além de analisar a saúde do casal, a consulta pré-concepcional funciona, também, como aconselhamento para a futura gestante. “Nessa análise, vamos corrigir todos os pontos que podem prejudicar a gestação. Levamos em consideração as deficiências nutricionais, a melhora dos hábitos alimentares, a prática de atividade física, a suspensão de vícios e uso de substâncias proibidas na gravidez”, explica a médica, que é sócia-proprietária da Clínica Alve Medicina, localizada na cidade de Guarulhos. Segundo ela, durante o período de avaliação, também é importante que seja feito o rastreio de possíveis fatores de risco familiares, por meio do histórico da família do casal.
Para esclarecer e aprofundar, ainda mais, a importância do acompanhamento pré-concepcional, a Dra. Evelyn Prete elenca, a seguir, os principais fatores tratados durante a avaliação:
Principais exames para a mulher
Segundo a obstetra, os principais exames laboratoriais que são exigidos durante o acompanhamento são: avaliação de anemia, glicemia, função tireoidiana e colesterol, além de sorologias para infecções sexualmente transmissíveis e tipagem sanguínea. “Exames preventivos, como o papanicolau, devem ser atualizados, bem como se deve realizar uma avaliação ultrassonografia transvaginal do aparelho reprodutor, a fim de checar informações sobre a ovulação e preparo do endométrio da mulher”, sugere Evelyn.
Cuidado na alimentação e no uso de cosméticos
Além do álcool e tabagismo, a médica também faz um alerta sobre outros hábitos, produtos e, até mesmo, comidas que devem ser evitados. “Muitos cosméticos possuem substâncias que são prejudiciais para a gestação. Por exemplo, produtos com ácido retinoico e salicílico podem causar malformação fetal e, por isso, é desaconselhado o uso antes e durante a gestação”, revela Evelyn. Já sobre a alimentação, a médica faz um alerta para frutos do mar, peixes e carnes cruas, pelo risco de contaminação, além de sucos e queijos não pasteurizados, que podem conter bactérias e outros microorganismos prejudiciais.
A saúde do homem
A saúde do homem é tão importante quanto a da mulher para a saudabilidade da gestação. “A idade do parceiro, seus hábitos de vida e histórico familiar influenciam na qualidade do espermatozóide, que irá compor 50% do embrião. Dessa maneira, é fundamental que o homem seja incluído na consulta pré-concepcional”, explica Prete. Segundo ela, os principais exames exigidos para o futuro pai incluem os tradicionais exames de rotina e um espermograma, indicado em algumas situações.
Histórico familiar
Especialista em medicina fetal, a médica defende que o histórico familiar do casal deve ser levado em consideração durante a avaliação. “É durante essa fase que são levantadas as informações sobre doenças que têm como fator de risco o histórico familiar dos pais, com o objetivo de prognosticar não só os pais, como também o futuro bebê”, finaliza.