Experimente harmonizações de vinhos com 5 famosos queijos nacionais

Para te ajudar a criar momentos ainda mais especiais, Jessica Marinzeck, sommelière da Evino, dá dicas de como combinar os dois sabores

Vinhos e queijos são uma das combinações mais tradicionais e queridas entre os apreciadores (e também entre os iniciantes) da bebida. Seu equilíbrio de sabor e textura é considerado um dos melhores na gastronomia, mas devido à complexidade de ambos, assim como a enorme variedade de produtos no mercado, as possibilidades de harmonização são diversas – e muitas podem não dar certo. A dica de ouro da Jessica Marinzeck, sommelière da Evino, é não deixar que o sabor do queijo cubra o do vinho e vice-versa.

“Uma das razões para que essa combinação na maioria das vezes funcione bem é a sensação criada pelo contraste dos dois alimentos ao se misturarem na boca: o queijo é gorduroso e causa uma sensação untuosa na boca. Essa sensação é balanceada pela acidez presente no vinho. Dessa forma, o queijo e o vinho ficam em equilíbrio na boca, criando uma textura mais agradável”, explica a sommelière.

Além de criarem um equilíbrio de sabores, ambos os produtos são obtidos por meio de fermentação e podem passar por um período de maturação, desenvolvendo aromas e sabores terciários, além de terem a capacidade de evoluir – e melhorar – ao longo dos anos.

Para te ajudar a combinar os dois alimentos, Jessica elaborou sugestões de harmonização com 5 famosos queijos brasileiros. Confira as dicas:

Canastra e Cabernet Franc

De origem e produção de Minas Gerais, na região da Serra da Canastra, esse queijo mineiro tem sabor forte, meio picante, denso e encorpado. “Para equilibrar as características do queijo Canastra, aposte em vinhos feitos a partir da Cabernet Franc, que apresentam aromas de cranberry, rosas e especiarias como pimenta preta”, afirma Jessica.

Uma sugestão da sommelière para essa harmonização é o Friuli Colli Orientali Cabernet Franc DOC 2019, vinho que apresenta um aroma delicioso de frutas pretas maduras.

Tulha e Chardonnay

Este queijo foi o primeiro produto brasileiro premiado com uma medalha de ouro no World Cheese Awards, realizado em San Sebastian, na Espanha. O tulha é firme como um parmesão, mas desmancha na boca, revelando seu sabor salgado e delicadamente cítrico. “Para harmonizar com este queijo de sabor incisivo, o ideal é combinar com um vinho branco que seja encorpado e bem estruturado, mas que também seja frutado e tenha notas cítricas, como um Chardonnay. Dessa forma, temos um equilíbrio na boca entre o sal e a gordura do queijo com a fruta e acidez do vinho”, explica a sommelière.

A indicação da Jessica é o Gran Maestro Bianco Appassimento, também premiado, que conta com 95 pontos Luca Maroni.

Azul do Bosque e Viognier

“De massa muito macia e sabor intenso, esse queijo feito com leite de cabra e mofo azul pede um vinho que tenha a mesma intensidade de aromas e sabores, como o Viognier, que apresenta aromas de damasco, maracujá, manga, abacaxi e pêssego. Minha sugestão é o M. Chapoutier Côtes-du-Rhône Blanc AOC 2019, vinho muito charmoso e equilibrado”, diz Jessica.

Minas Frescal e Vinho Verde

Um clássico na cultura brasileira, o minas frescal é delicado, tem consistência mole, alto teor de umidade e levemente ácido. “Esse queijo, geralmente consumido como aperitivo ou em saladas e lanches mais leves, pede um vinho branco de sabores e aromas igualmente delicados como é o vinho verde, um clássico de corpo leve, acidez acentuada e final frutado e delicado”, afirma a sommelière.

Para testar a harmonização em casa, a indicação da Jessica é o Podador Vinho Verde DOC .

Queijo do Marajó e espumantes

Receita secular da Ilha do Marajó, no Pará, o queijo do Marajó é feito 100% de leite de búfala. Extremamente cremoso, chegou inclusive a conquistar a medalha de Prata na 4ª Edição do Mondial du Fromage et des Produits Laitiers, na França.

“Devido à sua cremosidade, assim como ao seu sabor delicado e à gordura do leite de búfala, é ideal que o vinho tenha um alto nível de acidez para limpar o paladar e ao mesmo tempo tenha sabores delicados para não sobrepor o queijo, como um bom espumante”, explica Jessica. A sugestão da sommelière é o Montelvini Prosecco DOC Extra Dry, um dos tipos de espumantes mais famosos do mundo.