Estudo analisa perfis das gerações e ressalta suas influências e comportamentos no país
Quais são as gerações que estão presentes em nossa sociedade? Como elas impactam o consumo? Para responder essas questões e entender cada uma delas, é imprescindível a leitura sobre o estudo de gerações da WGSN – autoridade global na previsão de tendências.
O estudo feito pela WGSN – no qual sua origem mercadológica influência hoje os mais diversos segmentos – caracteriza o perfil de cada uma delas e mostra quais as influências geracionais brasileiras no contexto geral. Vale reforçar que cada uma das gerações reflete seu tempo e, ainda, a geração mais recente é sempre o contraste da anterior.
Baby Boomers – aproximadamente de 1946 a 1964
Contexto histórico: no Brasil, a conjuntura política vivida na época era dos 50 anos em 5, que contemplava o movimento da Tropicália, refletindo uma juventude esperançosa.
Características: carência tecnológica, respeito pela hierarquia e carreira linear no âmbito profissional e otimismo.
No Brasil atualmente: carência tecnológica foi suprida e gastam mais online do que quaisquer outras gerações mais jovens*; suas carreiras foram revisitadas e reinventadas, visto que o aumento da força de trabalho com pessoas acima de 65 anos o crescimento em cinco anos foi de 58,8%; profissionais mais realistas.
Geração X – aprox. de 1965 a 1978
Contexto histórico: enquanto o mundo vive a Guerra Fria, o período é regido pelo regime militar e ‘milagre econômico’, no Brasil. A época é repleta de influência das bandas de rock. A pressão com relação as profissionais tradicionais como direito, engenharia e medicina é dominante. Por essas razões, há uma geração mais cética com relação autoridades e governo, mas que, ainda assim, acreditavam na carreira.
Características: são individualistas – porém não solitários, pois gostam do coletivo – lineares e ainda acreditam na família, apesar de ser a primeira geração que vivenciou mais fortemente experiências como o divórcio dos pais.
No Brasil atualmente: altos índices de divórcio contribuíram para interiorizar nessa geração a sensação de que, a qualquer momento, podem perder as principais instituições de suas vidas e, por isso, um traço forte é o individualismo coletivo; o ceticismo responsável é outro fator dominante, já que é o grupo mais incompreendido no ambiente de trabalho – isto explica a razões pela qual essa geração está representando 57% de novos empresários; e desconstrução da linearidade, que condiz uma valorização da família, mas com toques modernidade e realidade.
Geração Y ou Millennial – aprox. de 1979 a 1993
Contexto histórico: o movimento do plano real faz parte da história dessa geração. É a geração ‘da vez’, com pessoas mais economicamente ativas. Contam como referência de cultural os Tribalistas – que demonstra as influências para diversidade dessa geração.
Características: flexíveis, buscam o bem-estar e são diversos e inclusivos.
No Brasil atualmente: um dos pontos altos desta geração é a flexibilidade 360, que, segundo pesquisas** mostram, 88% creem que isso os torna mais engajados às empresas; preocupados com um bem-estar holístico e sempre em prol de um estilo de vida saudável estão atentos, inclusive, ao caminho que o alimento percorre até a mesa; por fim, a diversidade inclusiva é algo os millennials lutam para que seja algo que faz parte de suas vidas.
Geração Z – aprox. 1994 a 2009
Contexto histórico: o momento da crise econômica de 2015, no país. Grande referência de cultura é a MC Soffia – uma rapper que fala de problemas e causas sociais.
Características: pluralistas, com ainda mais agilidade que a geração Y no quesito multitarefas e absorção de informações, são também clicktivistas – querem mudar o mundo e vêm esse poder na tecnologia e na coletividade.
No Brasil atualmente: “pluralistas da diversidade”, eles pretendem se fortalecer politicamente nos próximos anos; com filtro rápido e sincero, a geração hipercognitiva é capaz de experimentar múltiplas realidades (presenciais e digitais), além de serem “Memethinkers”, ou seja, com raciocínio conduzido por imagens; por fim, são Clicktivistas na rede, o que significa que 68% desses jovens são adeptos do “textão” e veem as redes sociais como forma de militância***.
Geração Alpha – 2010 a 2018
Contexto histórico: globalização intrínseca e fluência digital. App sendo eleita a palavra do ano.
Características: são os screennagers – já têm contato intenso com a tela desde os primeiros anos de vida. Seus pais se preocupam com o equilíbrio entre tecnologia e saúde e vivenciam a revolução nos formatos pedagógicos que permitem uma nova educação para essa geração.
No Brasil atualmente: nativos digitais é uma característica desta geração. Porém, enquanto a Web tem um papel crucial no explicar, as pessoas ficam responsáveis por validar as informações. Neste aspecto, os Alphas são digitais, mas o cara a cara ainda é chave e, por isso, são considerados screenagers analógicos; Por mais que os pais permitam o uso de gadgets, a preocupação com relação a natureza do brincar e seus desdobramentos é uma das razões, nas quais, iniciativas que unem saúde e tecnologia começam a emergir; A nova educação, o novo conceito “do eu para nós”, que significa o cuidado e a atenção pessoal com os alunos, é o aspecto mais importante na hora de escolher uma instituição de ensino para matricular essa geração.
Para empresas que queiram se inspirar e conversar com diferentes gerações, ficam as provocações da WGSN:
Lembre-se: diferentes gerações têm diferentes necessidades;
Conheça: quem são seus clientes? Qual geração sua marca está se relacionamento?
Envolva: convide seus clientes a pensarem como sua marca, mas dê falarem, compartilharem seus anseios.
Para finalizar, Julia Curan, Consultora WGSN Mindset Latam, destaca: “As gerações são diferentes umas das outras. Mas uma coisa elas têm em comum: todas querem ser ouvidas”.