Inaugurado em 8 de agosto de 1954, edifício símbolo de desenvolvimento é referência de vitalidade na retomada da região Central
No ano em que a Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto (Acirp) completa 120 anos de existência, o edifício sede da entidade também celebra sete décadas de inauguração.
O espaço foi um marco do desenvolvimento urbano e empresarial da cidade e, ainda hoje, segue como símbolo de vitalidade e modelo essencial em uma região central que precisa ser revitalizada.
O Palácio do Comércio e Indústria e foi inaugurado em 8 de agosto de 1954 e segue como a sede principal da Acirp desde então, ratificando a importância da ocupação dos edifícios para a preservação histórica.
“A circulação de pessoas estimula a manutenção e a atualização constante dos ambientes. E a presença diária de colaboradores e empresários mantém o prédio de 70 anos funcional”, diz Sandra Brandani, presidente da entidade.
O local é um dos exemplos positivos de uso e ocupação de prédios históricos e das possibilidades encontradas na região central, conforme previsto na “Requalificação do Centro de Ribeirão Preto.”
O projeto de cooperação técnica é uma iniciativa da Acirp em parceria com o Instituto Paulista de Cidades Criativas e Identidades Culturais (IPCCIC) para revitalizar o comércio e a movimentação no quadrilátero central.
Levantamento de porta-a-porta feito pelo IPCCIC mostra que há hoje 3 mil lotes nessa área que precisam ser “redescobertos”.
A pesquisa completa, que deve ser divulgada nas próximas semanas, investigou o número atual de moradores e empresas, bem como os valores imobiliários praticados e a quantidade de móveis hoje desocupados na área.
“O esvaziamento do Centro é um movimento normal nos ambientes urbanos, porque a cidade se expande e vai deixando a área mais antiga. Temos, no entanto, expectativa de que a baixa nos aluguéis desses espaços somada a incentivos fiscais possam contribuir para retomada”, diz Carlos Ferreira, gestor de Marketing e Relações Institucionais da Acirp.
Palácio
A ideia de um prédio de representatividade para os empresários de Ribeirão e região surgiu em 1938 e levou 16 anos para se tornar realidade. À época, a Acirp contava com 500 associados (hoje são mais de 5 mil), arrecadando o suficiente apenas para manter o expediente com meia dúzia de funcionários (atualmente a associação conta com 90 colaboradores diretos).
De linhas modernistas, o empreendimento foi projetado por Armindo Paioni e construído por Carlos Zamboni, ambos engenheiros. A comissão de empresários responsável pela construção era formada por Walter Barillari, Amin Calil, Antonio Agnello Serra, Baudilio Biagi e Jorge Aury Netto.
A saga da sede própria começou com a aquisição pela Acirp de uma casa com varanda de propriedade da Cúria Metropolitana. No local, considerado o metro quadrado mais caro da cidade, funcionava o bispado de Ribeirão Preto.
Os empresários arrecadaram 330 mil cruzeiros reais com doações registradas no livro de ouro do projeto, mas o valor final da construção chegava a 8 milhões de cruzeiros reais (algo próximo a R$ 2,9 milhões de reais nos dias de hoje).
A Associação, então, aguardou um financiamento da Caixa Econômica Federal por dois anos e ainda assim não recebeu valor suficiente. Foi preciso entrar em contato diretamente com o Ministério da Fazenda do governo Vargas para que o projeto fosse finalmente viabilizado e concretizado.