Cresce o número de lares chefiados por mulheres

Iniciativas focadas em liderança feminina promovem aumento de renda entre profissionais mulheres

Há pelo menos sete anos o Brasil assiste a uma mudança estrutural na administração de residências. De 2012 para cá, o número de lares chefiados por mulheres cresceu 47%, segundo indica a última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Comum (PNAD). Na condição de líderes, elas representam hoje 1,4 milhão ante 954 mil à época, enquanto a participação de homens caiu 0,4%.

Diversos fatores têm contribuído para a guinada na atuação da mulher fora de casa, indo na contramão da restrição aos serviços domésticos e cuidado com filhos. Hoje, 40 milhões de profissionais do gênero feminino fazem parte da população ocupada, crescimento de 40,8%, em 2007, para 44% em 2016. Além do desemprego e queda na renda familiar terem levado muitas mulheres a procurar remuneração, iniciativas de liderança feminina impulsionaram a participação delas no mercado de trabalho.

Para fortalecer esse avanço, as empreendedoras Amanda Gomes e Carine Roos criaram a ELAS, primeira escola focada no desenvolvimento pessoal e profissional de mulheres no Brasil. Desde 2017, a instituição impactou 4.000 profissionais e formou 500 alunas. E o melhor: 30% delas conseguiram aumento salarial ou promoção nos seis meses seguintes ao programa.

“Entendemos que temos uma missão muito importante no país e contribuir para essa transformação é o que nos estimula a querer mais. Além do mais, buscamos ser o meio para que tantas mulheres competentes no Brasil e no mundo alcancem posições de destaque na sociedade e no trabalho e realizem sonhos que, hoje, parecem distantes”, afirma Amanda.

Para a empresária Carine, essas mudanças também devem acontecer dentro das empresas, seja incentivando as funcionárias com um plano de carreira claro ou até mesmo oferecendo licença-paternidade estendida. “Essa não deve ser responsabilidade única e exclusiva da mulher”, opina.

De acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a projeção da participação de mulheres no mercado de trabalho é de elevação. Até 2030, a participação feminina deve chegar a 64,3%, 8,2 pontos percentuais acima da taxa em 1992.

“Estamos formando profissionais que conseguirão liderar equipes, sendo assertivas e confiantes em seus trabalhos, seja em casa ou fora dela”, concordam as empreendedoras.