A comunicação é o fator determinante para relacionamentos seguros e regados de respeito

Nem sempre é simples se comunicar e muitas vezes isso gera conflitos, mas a convivência se torna complicada sem uma comunicação clara

Mais do que nunca, saber se comunicar é muito importante em qualquer área da vida, seja na profissional, na familiar ou nas relações com os amigos, por exemplo. Viver em sociedade implica, quase que necessariamente, na comunicação. Infelizmente, nem sempre as pessoas conseguem ser bem sucedidas nesse ponto e acabam criando atritos nos relacionamentos, gerando distanciamento e até mesmo rompendo laços importantes porque não souberam como entender o que a outra pessoa queria dizer.

“O grande propósito da comunicação não-violenta é resgatar a capacidade inata que todo ser humano tem de se expressar sem violência, ou seja, de uma maneira que consiga dizer o que sente, mas sem carregar na fala suas dores, frustrações, angústia e outros sentimentos não saudáveis e, portanto, não ferir o outro. Para isso, existem quatro pontos importantes que precisam ser avaliados quando se pensa em melhorar a comunicação”, explica Camila Cury, psicóloga e presidente da Escola da Inteligência – mais completo e especializado programa de educação socioemocional, idealizado por Augusto Cury.

O primeiro deles é observar as pessoas e as situações sem julgar, fazer o exercício de ler tudo que está acontecendo de uma maneira neutra, sem muitos apontamentos. Olhar para as pessoas de forma que, mesmo que você não entenda os motivos, saiba que deve existir uma boa razão para determinadas atitudes.

O segundo ponto é saber identificar e dar nome aos sentimentos. Em meio a uma situação ruim, é preciso ter maturidade para entender que, às vezes, era você que estava colocando uma expectativa muito alta em uma pessoa ou um momento específico. “Com o tempo conseguimos adquirir maturidade suficiente para entender que nossos pensamentos e sentimentos têm muito mais a ver com a gente, com a nossa história, do que necessariamente com o outro. Então, desse lugar seguro, é mais fácil ter essa leitura equilibrada das coisas. Muitas das coisas que atribuímos ao outro na verdade são nossa responsabilidade”, explica a psicóloga.

Outra importante iniciativa é não culpar os outros pelas situações que acontecem na vida. Se responsabilizar pelas suas atitudes, comportamentos, escolhas e decisões, por exemplo, fará com que toda a expectativa seja real e não idealizada, portanto diminuirá o impacto dos momentos nos quais a outra pessoa não faz o que foi imaginado.

Por último, o que muitos não conseguem: saber fazer pedidos e dizer, com clareza, o que se quer ou espera. Vale a pena dizer sempre a verdade, as pessoas não dizem exatamente o que estão esperando e imaginam que, mesmo assim, serão compreendidas rapidamente e correspondidas, mas se não houver clareza no que se espera é bem mais provável que haja frustrações. O exercício é falar sem medo o que se espera.

“Nós nunca saberemos o que se passa na mente do outro, por isso, quanto mais soubermos como expor o que está dentro de nós, mais chances teremos que ter uma comunicação limpa, sem ruídos e interferências. Olhar para si e se colocar no lugar do outro é sempre uma chave para relacionamentos mais sadios e transparentes”, finaliza Camila.