Um estudo da European Society of Human Reproduction and Embryology (ESHRE), publicado na última terça-feira (4/12), mostrou que substâncias químicas presentes em produtos domésticos e de higiene pessoal estão diretamente ligadas ao fato de meninas estarem entrando na puberdade em idades precoces. É o caso dos ftalatos, parabenol e do fenol.
Alguns ftalatos são usados em produtos como perfumes, desodorantes, sabões, xampus, esmaltes e cosméticos. O parabenol é muito usado em preservativos, cosméticos e outros produtos de higiene pessoal. O fenol é comumente encontrado no sabão, pasta de dente, batom, spray de cabelo, xampu e loção de pele, para aumentar a durabilidade destes produtos.
A Doutora Kim Harley, professora da Universidade da Califórnia, dos EUA, que liderou o estudo, disse que foi detectado que “mães que apresentaram níveis altos de dietil ftalato tiveram filhas que entraram na puberdade mais cedo, e meninas com grande concentração de parabenol no corpo, entraram na puberdade aos 9 anos”.
“A puberdade precoce nas meninas aumenta o risco de problemas mentais e de câncer de mama e no ovário”, atenta ela.
Foram analisados dados de mulheres grávidas que passaram pelo Centro de Saúde e Assistência de Mães e Crianças de Salinas (CHAMACOS) entre 1999 e 2000. Houve acompanhamento de 338 crianças, do nascimento até a adolescência. As mães foram acompanhadas de 14 a 27 semanas de gestação, e amostras de urina foram coletadas para medir a concentração de ftalato, parabenol e fenol.
– A questão da puberdade está sendo cada vez mais precoce conforme passam as gerações. Sem dúvida alguma fatores ambientais como os pesquisados neste estudo são os principais vilões por isso. Podemos comentar, também, a presença cada vez mais indiscriminada de hormônios nos alimentos, principalmente nos derivados de carnes bovinas e de aves – comenta o Doutor Georges Fassolas, médico especialista em reprodução humana e diretor da clínica Vivitá.
– Este aumento da precocidade da puberdade, sem dúvida, afeta a fertilidade a longo prazo das mulheres e isto pode estar envolvido, entre outros fatores, na epidemia de casos de infertilidade feminina que vemos nos dias atuais – conclui.
Coloco à disposição o nosso especialista em reprodução humana George Fassolas, da Clínica Vivitá, para comentar sobre o assunto. Temos, também, a dermatologista Dra. Claudia Sá, que também pode falar sobre a forma de absorção destas substâncias e seus perigos para a saúde.