No sábado, 29, é o Dia Nacional da Visibilidade Trans, data que há 18 anos promove a conscientização a respeito da cidadania de pessoas trans. Neste tempo de luta e busca da valorização das pautas trans, que afetam 1,9% da população no Brasil, segundo estimativa da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), tivemos muitos avanços, como o reconhecimento do nome social sem necessidade de cirurgia, a união estável entre pessoas do mesmo sexo e a necessária discussão sobre as políticas de diversidade nas empresas. Porém, quando o assunto é sexualidade, ainda há muito tabu e preconceito a ser derrubado.
O mercado de sexual wellness, ou bem-estar íntimo, vem ganhando corpo no Brasil e a pauta trans está inserida também na hora de desenvolver produtos para esse público, em especial as mulheres trans. A femtech brasileira Feel desenvolveu um lubrificante levando em consideração um problema enfrentado por mulheres trans operadas, a falta de lubrificação por conta da cirurgia de redesignação sexual. Normalmente as mulheres trans necessitam de um auxílio externo para promover a lubrificação do canal vaginal reconstruído.
A ginecologista Juliana Vieira Honorato, explica que a lubrificação é uma das principais dificuldades das mulheres trans operadas. “Estudos recentes mostram que mais de 60% das mulheres têm relações sexuais com penetração vaginal e metade delas se queixa da falta de lubrificação. Dependendo da maneira como foi realizada a cirurgia são indicados tratamentos com ácido hialurônico, hidratantes vaginais e estrogênio, e também recomenda-se o uso contínuo do lubrificante a base de água”, afirma.
Segundo Larissa Sanchez, mulher trans e estudante de psicologia, o uso de lubrificante proporciona mais conforto tanto na prática de sexo anal quanto na penetração vaginal