Mais de 40% relataram tristeza ou depressão e 52,6% nervosismo ou ansiedade; 34% dos fumantes aumentaram o número de cigarros consumidos por dia e 17,6% das pessoas aumentaram o consumo de álcool. Na mesa crescente seguem os sedentários e o consumo de computador e tablet.
Os números alarmantes são da pesquisa “ConVid Comportamentos”, realizada em parceria pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e coordenada pela Unicamp.
Para o máster em hipnose Charles Bueno especialista em transtornos mentais e professor de hipnose conta como a técnica milenar age no cérebro para curar doenças, tratar distúrbios emocionais e recriar hábitos. “Esses indicadores correlacionam-se com sentimentos associados ao quadro depressivo e, para acalmar a mente, a ansiedade e o medo que atinge o mundo todo, a técnica de hipnose vem sendo cada vez mais procurada como aliada de quem já é adapto de terapias e medicamentos, e de quem ainda não buscou nenhuma ajuda até então”, revela.
As mudanças nas estruturas cerebrais que acontecem durante a hipnose podem ser dividida em três etapas, e por isso conseguem trazer um resultado mais rápido para quem quer sair das estatísticas negativas da pandemia. “Na primeira fase, há uma diminuição da atividade cerebral na área giro do cíngulo anterior, que faz parte da rede neural cerebral – esta, segundo estudos, é a área responsável pela manutenção da vigilância sobre nosso ambiente externo”, explica o especialista.
Na segunda etapa, é estabelecida uma conexão entre mente e físico, para que a mente possa começar a controlar do que está acontecendo com o corpo. “É nessa hora que acontece um aumento nas conexões entre o córtex pré-frontal dorsolateral e a ínsula – áreas cerebrais capazes de regularem o quanto de dor uma pessoa sente em determinada situação, por exemplo”.
Em um terceiro momento, estudos já relataram que há conexões reduzidas entre o córtex pré-frontal dorsolateral e da rede neural em modo padrão, incluindo o pré-frontal medial e o giro do cíngulo posterior. “Essa diminuição de conectividade é responsável pela desconexão entre as ações de alguém e a consciência do que está sendo feito – por isso que ninguém entra em transe inconsciente quando está hipnotizado e mais: uma pessoa só é hipnotizada quando ela se deixa ser”, enfatiza Charles.
Por isso que, qualquer sessão de hipnose precisa ser iniciada com a anamnese, ou seja, o terapeuta vai buscar conhecer o máximo possível sobre a pessoa, o que ela sente, o que necessita e só assim será possível atender a demanda de cada um de maneira individual. “A partir dessa primeira consulta será descrito quais as melhores técnicas para executar e tratar quem realmente deseja ter acesso à técnica e enfim, se livrar das angustias deste momento tão tenso que o mundo todo vive”, finaliza.