Pacientes de Hipertensão Arterial Pulmonar (HAP) ainda aguardam acesso ao tratamento adequado em algumas regiões do país

Queremos mostrar os desafios da jornada dos mais de 100 mil brasileiros que sofrem de Hipertensão Arterial Pulmonar (HAP), doença grave, sem cura e que pode ser fatal. Segundo o registro do NIH, sem a terapia adequada o paciente tem uma expectativa de sobrevida média de 2,8 anos.

Muitos pacientes ainda aguardam acesso ao tratamento, mesmo com a publicação do novo Protocolo Clínico e Diretriz Terapêutica (PCDT) de HAP em 2023, após 9 anos de espera. Esse documento regula o tratamento dos pacientes no SUS, indicando toda a conduta de diagnóstico e acompanhamento.

Agora, a terapia tripla – combinação entre medicamentos de diferentes vias fisiopatológicas – passa a fazer parte do protocolo de tratamento da HAP pelo SUS. Além disso, a atualização do PCDT de HAP também garantiu a incorporação de selexipague no SUS, que já havia sido aprovada em 06/08/2021. Lembrando que o prazo para a incorporação após a aprovação é de 180 dias, ou seja, ele não foi cumprido. Selexipague é um medicamento indicado para o tratamento de longo prazo da doença que pode ser utilizado em terapia combinada ou em monoterapia, para pacientes que não se adequem a terapia tripla.

Mas, apesar da conquista depois de tanto tempo de espera e do direito do paciente de ter acesso ao tratamento adequado, algumas etapas ainda precisam ser realizadas para que o medicamento chegue efetivamente a quem precisa. E para que isso aconteça é necessária a colaboração e o envolvimento, tanto do Ministério da Saúde, quanto das Secretarias Estaduais de Saúde, já que o fluxo de dispensação é feito por cada estado, individualmente.

“Vamos continuar trabalhando junto a toda comunidade de HAP, para fazer valer esse direito do paciente, respeitando a sua jornada e garantindo a sua qualidade de vida. Para essas vidas, cada segundo importa”, finaliza Flávia Lima, presidente da Associação Brasileira de Apoio à Família com Hipertensão Arterial Pulmonar e Doenças Correlatas – Abraf.

Como porta-voz temos a Flávia Lima, que fala sobre o impacto que a falta de acesso ao tratamento adequado tem na vida dos pacientes e a luta da associação para garantir a qualidade de vida dos pacientes.

Entenda a doença

Falta de ar, dores no peito, tontura e coloração azulada na pele são sinais da doença que costuma levar, em média, desde o surgimento dos primeiros sintomas, 3 anos até a sua identificação. Se não for tratada adequadamente, a HAP pode limitar a realização de atividades simples, como trocar de roupa ou pentear os cabelos, e nos casos mais graves, pode levar à falta de ar mesmo durante o repouso e morte. A doença afeta principalmente mulheres com idades entre 30 e 60 anos.

Ao longo desse período de espera pelo diagnóstico, os pacientes passam por diversas consultas com diferentes especialidades médicas, incluindo cardiologistas (especialistas em coração) e pneumologistas (especialistas em pulmão), antes de receberem um diagnóstico. Para chegar ao diagnóstico, além da avaliação no consultório, é necessário realizar testes para avaliar o coração, como ecocardiograma, ou o pulmão, como a prova de função pulmonar, descartando outras doenças mais comuns, porém apenas o cateterismo cardíaco direito comprova o diagnóstico.

A novo PCDT de HAP para o SUS já está disponível. Para mais informações acesse: Link