Novembro Azul destaca a importância do autocuidado e da informação na saúde do homem

Em Ribeirão Preto, dados da Secretaria Municipal de Saúde apontam que até outubro deste ano já foram registrados 86,7% do total de óbitos por câncer de próstata contabilizados em 2024

O Novembro Azul volta a ganhar destaque no calendário nacional com o objetivo de reforçar a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de próstata, o tipo mais comum entre os homens brasileiros, com exceção dos tumores de pele não melanoma. Criada em 2003 na Austrália e oficializada no Brasil em 2011, a campanha se consolidou como uma das principais mobilizações de conscientização sobre a saúde masculina.

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), a estimativa para o triênio 2023-2025 é de mais de 71 mil novos casos por ano, o que faz da doença a segunda principal causa de morte por câncer entre os homens. Em Ribeirão Preto, os dados locais reforçam o alerta: até outubro de 2025, o município já registrava 86,7% do total de óbitos contabilizados no ano anterior, segundo a Secretaria Municipal de Saúde.

Para o oncologista Carlos Fruet, o primeiro passo para reduzir esses números é conscientizar os homens sobre o valor do autocuidado. “Ainda existe resistência em procurar um médico por medo, vergonha ou falta de informação. Cuidar da saúde é um ato de responsabilidade e pode significar a diferença entre um diagnóstico precoce, com altas chances de cura, e um quadro avançado da doença”, afirma.

O médico explica que o câncer de próstata costuma se desenvolver de forma silenciosa e, nos estágios iniciais, pode não apresentar sintomas. “Quando eles surgem, é comum o paciente relatar dificuldade para urinar, sensação de bexiga cheia, jato urinário fraco ou dores na região pélvica. Em casos mais avançados, pode haver presença de sangue na urina ou no sêmen”, detalha Fruet.

A recomendação é que homens a partir dos 50 anos realizem anualmente o exame de toque retal e o exame de PSA, que mede o antígeno prostático específico no sangue. Já para aqueles com histórico familiar da doença ou da raça negra, o rastreamento deve começar aos 45 anos.

“Além da hereditariedade e da idade, fatores como obesidade, tabagismo e sedentarismo aumentam o risco de desenvolver o câncer. A adoção de hábitos saudáveis, como manter uma alimentação equilibrada e praticar exercícios físicos regularmente, é essencial na prevenção”, ressalta o oncologista.

Avanços no tratamento

Em meio às ações de conscientização e aos dados de alerta, a ciência também avança em busca de novas alternativas de tratamento para o câncer de próstata. Além dos avanços cirúrgicos, principalmente com mais acesso à cirurgia robótica, há progressos significativos nas técnicas de radioterapia e no desenvolvimento de novos medicamentos. Mesmo nos casos mais avançados, considerados incuráveis, os avanços terapêuticos têm permitido prolongar o tempo e a qualidade de vida dos pacientes.