Maio turquesa

Apesar de registrarem aumento na incidência, os tumores ginecológicos ainda são pouco conhecidos. Algumas atitudes simples como consultas regulares com ginecologistas e a realização de exames periódicos ajudam a prevenir a doença e fazer um possível diagnóstico de forma precoce, o que aumentaria as chances de sucesso do tratamento.

“Em muitos casos de câncer ginecológico, os sintomas são visíveis somente em estágio avançado. Assim, pode ser necessário retirada de parte ou até de toda estrutura reprodutiva para preservar a saúde da paciente. Por isso, o acompanhamento com um especialista é o principal aliado da mulher na luta contra a doença”, destaca Diocésio Andrade, oncologista do Grupo Oncoclínicas/InORP (Instituto Oncológico de Ribeirão Preto) e membro do EVA (Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos). Neste mês, o médico será palestrante no II Simpósio EVA 2018 Ginecologia Oncológica, nesta sexta-feira (4) e sábado (5) e no I Onco updates on Management of Ovarian Cancer, nos dias 15 e 16 de junho, em Barretos.

O câncer ginecológico compreende os seguintes subtipos: câncer de colo do útero, câncer de endométrio, câncer de ovário, câncer de vulva e câncer de vagina. De acordo com a Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC), esses tumores já são responsáveis por 19% dos diagnósticos de câncer no mundo a cada ano.

No Brasil, segundo levantamento do Inca, estimam-se 16.370 casos novos de câncer do colo do útero para 2018, com um risco estimado de 15,43 casos a cada 100 mil mulheres, ocupando a terceira posição em incidência. A realização periódica do exame Papanicolau, o uso de preservativos e a vacinação contra HPV são essenciais para prevenção e diagnóstico precoce da doença.

Já para o câncer do endométrio (câncer do corpo do útero), estimam-se 6.600 casos novos de câncer em 2018, com um risco estimado de 6,22 casos a cada 100 mil mulheres, o sétimo mais incidente. Em relação ao câncer de ovário, o oitavo mais incidente entre as mulheres no Brasil, são estimados 6.150 casos novos neste ano, risco de 5,79 casos a cada 100 mil mulheres.

Como são mais raros, os tumores de vulva e vagina não possuem estimativas elaboradas pelo INCA. Conheça os sintomas e cada tipo de câncer ginecológico:

Câncer de colo do útero: Inicialmente esse tipo de câncer pode não apresentar sintomas, dificultando a detecção. Quando em estágio avançado, pode apresentar quadros de sangramento vaginal fora do período menstrual ou após a relação sexual, secreção vaginal anormal e dor abdominal associada a problemas urinários ou intestinais.

Câncer de endométrio: Os sintomas mais comuns são sangramento anormal na menopausa visto a incidência deste tumor acontecer na 5ª/6ª décadas de vida; sensação de dor pélvica; aumento do volume abdominal.

Câncer do ovário: Este tipo é um dos que apresentam maior dificuldade de detecção. Na fase inicial, não causa sintomas específicos. À medida que o tumor cresce, pode trazer os sintomas como sensação de aumento do volume abdominal, diminuição do apetite e emagrecimento, dores abdominais, e alterações do hábito intestinal.

Câncer de vulva: Coceiras crônicas e surgimento de úlceras, feridas ou gânglios podem ser sinais de câncer de vulva. A doença pode estar relacionada à infecção pelo vírus HPV ou evoluir a partir da coceira crônica causada por alterações na pele da vulva.

Câncer de vagina: Os principais sintomas são sangramento e corrimento vaginal anormais, massa palpável e dor durante a relação sexual.

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