Lipedema: Especialista explica o que é, quais riscos e como tratar

O lipedema pode ser confundido com obesidade ou com o linfedema. Mas são entidades que apesar de distintas, podem perfeitamente coexistir.

O linfedema caracteriza-se por um acúmulo de linfa devido sua drenagem estar prejudicada por algum motivo (infecção, trauma, cirurgias prévias…)

A obesidade, como bem sabemos, é um excesso de gordura corporal, simétrico, mas que pode se acentuar na cintura abdominal.

Já o Lipedema consiste na união de alguns fatores, como o depósito de tecido gorduroso em locais específicos do corpo, alinhado à presença de sintomas como dor ao simples toque. inchaço e hematomas espontâneos.

Segundo a cirurgia vascular, Raffaela Frederico, o lipedema pode levar ao linfedema, pois as células de gordura podem bloquear os vasos do sistema linfático. Esse bloqueio impede a drenagem adequada do fluido linfático, desencadeando o linfedema.

“Se não for tratado, o linfedema pode causar predispor infecções, atraso na cicatrização de feridas, desenvolvimento de tecido semelhante a uma cicatriz chamado fibrose e pele endurecida nas pernas”, ressalta a cirurgiã vascular.

“O lipedema é caracterizado pelo aumento simétrico de membros inferiores, devido a depósitos de gordura sob a pele, muitas vezes estendendo-se dos quadris aos tornozelos e geralmente se desenvolve durante alterações hormonais, como puberdade, gravidez ou menopausa”, explica a médica.

Vale ressaltar que essa condição afeta principalmente mulheres e pode afetar não só os membros inferiores como também superiores, quadril e dorso.

A textura das áreas afetadas pode ser diferente, às vezes descrita como “emborrachada” ou “pastosa” e, ao contrário dos depósitos de gordura padrão, a gordura do lipedema geralmente é dolorosa ao toque.

O Diagnóstico é feito de forma clínica, durante a consulta, unindo história clinica e exame físico. O lipedema não tem cura, mas o tratamento pode ajudar a melhorar os sintomas. Divide-se em alguns pilares:

  • Dieta antiinflamatória. Sabemos que o gatilho para dor e para a piora no aspecto das pernas está na sua ingesta alimentar. Evitar glúten, lactose, açúcar, farinha branca, bebidas alcoólicas são medidas iniciais que auxiliam muito a melhora dos sintomas e a perda de peso.

– Atividade Física. Exercícios que focam no ganhos de massa magra (músculos) podem ajudar a aumentar o fluxo linfático, além de aumentar a mobilidade e manter ou melhorar o funcionamento das pernas;

– Drenagem Linfática. Geralmente denominamos Terapia Fisica Complexa, um composto de drenagem associado ao uso de equipamentos que auxiliam a perda de liquidos e a desinflamação das pernas.

  • Compressão. Dispositivos de compressão pneumática, que são roupas infláveis que você coloca nas pernas e que enchem de ar comprimido, e meias de compressão podem ajudar a reduzir a dor e melhorar os sintomas;
  • Cuidados completos com a pele e as unhas. Ajuda a diminuir o risco de feridas e infecções se você tiver lipedema associado a inchaço;
  • Medicamentos, suplementos e medicamentos fitoterápicos antioxidantes orientados pelo seu médico podem ajudar a controlar os sintomas.