Data celebrada em 08 de abril reforça a importância da conscientização e dos cuidados com a saúde
O câncer é o principal problema de saúde pública no mundo. O último levantamento feito pela Organização Mundial da Saúde (OMS) revela que 10 milhões de pessoas morrem, todos anos, por causa dos diferentes tipos de tumores malignos.
Somente no Brasil, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), devem ser registrados 704 mil novos casos da doença para cada ano do triênio 2023/2025, com destaque para as regiões Sul e Sudeste, que concentram cerca de 70% da incidência, sendo que, na Sudeste, encontra-se a metade dos casos.
Diante deste cenário, na data em que se celebra o Dia Mundial de Combate ao Câncer, 08 de abril, vale reforçar a importância da conscientização sobre os cuidados com a saúde a partir da prevenção, detecção e tratamento aos diversos tipos de câncer.
No Brasil, os tumores com maior incidência são: câncer de pele não melanoma, representando 31,3% do total de casos; câncer de mama (10,5%), que segue sendo o mais predominante entre as mulheres; próstata (10,2%), o mais incidente entre os homens; cólon e reto (6,5%); pulmão (4,6%) e estômago (3,1%).
Diocésio Andrade, oncologista da Oncoclínicas Ribeirão Preto, explica que cerca de 80% a 90% dos casos da doença surgem através de fatores externos. “Além das mudanças provocadas no meio ambiente, o principal fator de risco dos diversos tipos de câncer são os nossos hábitos. Cuidar bem da saúde praticando atividade física e se alimentando de maneira saudável – evitando o consumo de álcool, cigarros e alimentos industrializados – são atitudes essenciais para a redução dos riscos da doença”.
Fatores internos, como características geneticamente predeterminadas também devem ser levados em conta para a prevenção e diagnóstico precoce. “A suspeita de uma predisposição à doença deve ser motivo de alerta sempre que houver casos de um mesmo tipo ou tipos variados de tumor em parentes de uma mesma família e em pessoas abaixo de 55 anos”, acrescenta o médico.
Ainda de acordo com Diocésio, neste último caso, quando se tem predisposição à doença, deve ser feito um programa de prevenção e checape oncológico, que incluem medidas como rastreamento periódico (exames clínicos, endoscópicos e radiológicos), de diagnóstico e, até mesmo, tratamentos preventivos, com o uso de medicamentos ou a realização de cirurgias, nos casos indicados.
O médico reitera ainda a necessidade de um acompanhamento sistemático, que pode ser realizado inclusive com um oncologista clínico, mesmo quando não há um diagnóstico de neoplasia. Outras especialidades importantes neste acompanhamento são: mastologia, ginecologia, coloproctologia e urologia.
“É importante destacar também, que apesar dos altos índices registrados no país e no mundo, a evolução da ciência tem aumentado as expectativas de qualidade de vida e de cura dos pacientes através de novos tratamentos como a imunoterapia, que tem se mostrado bem sucedidos no combate do câncer”, finaliza Dr. Diocésio.
Principais ações de prevenção para mulheres:
– Vacinação contra HPV em meninas de 9 a 14 anos e mulheres imunossuprimidas de 9 a 45 anos (prevenção primária para câncer de colo de útero, vulva e vagina), ambas as faixas etárias contempladas no Processo Nacional de Imunização (PNI);
– Realização de mamografia anual das mamas sempre que orientado pelo médico que faz o acompanhamento;
– Consultas regulares com ginecologistas para realização de Papanicolau;
Principais ações de prevenção para homens:
– Vacinação contra HPV em meninos de 11 a 14 anos e homens imunossuprimidos de 9 a 45 anos, ambas as faixas etárias contempladas no Processo Nacional de Imunização (PNI). No caso do homem não é considerado ainda uma prevenção primária direta para algum tipo de câncer, porém temos que lembrar o papel do HPV no desenvolvimento do câncer de ânus e orofaringe.
– Rastreamento do câncer de próstata com coleta de PSA e realização de exame de toque retal conforme orientação médica.
Para homens e mulheres
– Realização de colonoscopias a partir dos 50 anos de idade com prevenção do câncer de intestino. Este exame deve ser realizado a cada 3-5 anos de acordo com os achados. A Sociedade Americana de Câncer (ASCO) já orienta a realização deste exame a partir dos 45 anos visto o aumento da incidência do câncer de intestino nas últimas décadas.