No Dia de Conscientização do Autismo, buscamos compreender desafios, estigmas e avanços na inclusão de pessoas com TEA, enfatizando a vitalidade do diagnóstico precoce e do suporte ininterrupto
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição complexa que ainda esconde muitos mistérios, tanto em suas origens quanto nas melhores formas de apoiar quem vive com ela. O dia 2 de abril nos oferece uma oportunidade para refletir sobre os desafios enfrentados por essas pessoas e celebrar as vitórias políticas alcançadas, como a criação de salas sensoriais em espaços públicos e a implementação de assentos preferenciais nos transportes públicos de diversos estados.
Ainda que a informação sobre o TEA seja vasta, persistem os estigmas que rotulam seus portadores como preguiçosos ou mal-educados. Diante dos primeiros sinais do espectro, muitas famílias encontram dificuldades em reconhecer os sintomas e buscar auxílio profissional adequado. Entre os adultos, o estigma e o desconhecimento muitas vezes desencorajam a procura por um diagnóstico, perpetuando um ciclo de isolamento e desinformação.
A manifestação do TEA é variada. Alguns indivíduos conseguem viver de maneira independente, enquanto outros necessitam de suporte contínuo para gerenciar seus sintomas. O Ministério da Saúde classifica os sintomas em três categorias principais:
- Isolamento Social Completo: Inclui a incapacidade de estabelecer contato interpessoal, aprender a falar, além de movimentos repetitivos e deficiência intelectual.
- Comunicação Comprometida: A pessoa se isola, não interage com os outros ou com seu entorno, fala sem conseguir se comunicar efetivamente e apresenta dificuldades de compreensão.
- Interatividade Social Parcial: Possui linguagem e inteligência normal ou acima da média, enfrentando menos dificuldades em interações sociais, o que permite uma vida relativamente normal.
A psicóloga infantil Patrícia Peixoto destaca a importância do acompanhamento especializado: “A diversidade dos sintomas do TEA exige uma abordagem individualizada desde o início. Nosso objetivo é garantir que cada criança receba o suporte necessário para se desenvolver plenamente, minimizando as preocupações dos pais e maximizando o potencial da criança.”
O processo de diagnóstico pode ser um momento de tensão para os envolvidos. “Receber um diagnóstico de TEA na família pode ser um momento de muitas emoções e perguntas. É essencial que os pais se sintam apoiados e compreendidos nessa jornada, sabendo que não estão sozinhos,” complementa Patrícia Peixoto.
Dra. Cristiane Pertusi, psicóloga, aborda a importância da inclusão e do combate ao estigma: “Ninguém deveria enfrentar o mundo sozinho, especialmente aqueles dentro do espectro autista. Promover a inclusão e a compreensão na sociedade é crucial para melhorar a qualidade de vida deles, diminuindo a ansiedade e os sentimentos de isolamento.”
Ela finaliza destacando a complexidade do TEA: “Cada pessoa com TEA é única, com seus próprios desafios e habilidades. É fundamental reconhecer essa diversidade e trabalhar para apoiar cada indivíduo de maneira que respeite sua singularidade e promova seu bem-estar.”