Dança no combate à depressão

Além de proporcionar a interação com outras pessoas e a diversão, a Zumba® melhora
o condicionamento físico e estimula a produção da serotonina, hormônio que dá
a sensação de bem-estar

 “Quem dança seus males espanta”, já diz o sábio ditado popular. Segundo a psicóloga Lilian Nobre, a prática proporciona inúmeros benefícios para saúde física, mental e emocional. “Nos dias de hoje, os males do século são a ansiedade, o desamparo e a falta de sentido para a vida. Tais aspectos são os grandes causadores de muitas doenças físicas e psicológicas, especialmente a depressão, que afeta pessoas de diferentes classes sociais, idade e sexo.”

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 322 milhões de pessoas têm depressão e 5,8% são brasileiros, colocando o Brasil em primeiro lugar no ranking comparado com os outros países da América Latina. É o caso da educadora física Patrícia Queroz, de 33 anos, que em 2014 buscou na dança a cura para a tristeza. “Meu pai, meu grande companheiro, faleceu. Passei dias na cama, sem vontade de viver e não comia. Fiquei assim durante três meses. Foi quando lembrei da alegria contagiante que eu sentia nas aulas de Zumba®. Percebi que era aquilo que eu precisava para sair da condição que estava.”

Patrícia é formada e pós-graduada em comunicação e trabalhava com marketing na época, porém decidiu fazer um curso para ser instrutora da modalidade, que é febre no mundo inteiro. “Não queria apenas uma hora de felicidade nos meus dias, queria mais e então decidi me tronar professora de Zumba®. A troca de energia entre o instrutor e aluno é indescritível, pois quando se está dançando, isso exige atenção total, a música é extremamente alegre, então esquecemos de todo o resto”, conta.

A sensação de felicidade quando se pratica dança no é apenas uma opinião da Patrícia, a psicóloga Lilian também afirma que pacientes com depressão, de modo geral, podem se sentir beneficiados com a prática da atividade física. “Trata-se de um transtorno mental decorrente de uma alteração bioquímica, que pode ser desencadeado por vários fatores: psíquicos, orgânicos e sociais. Sabe-se que as atividades físicas promovem a liberação de endorfina, o hormônio do prazer e de outros neurotransmissores como a serotonina, dopamina e a noradrenalina, que estão por trás da sensação de bem-estar e do humor”, explica.

 “Foi a melhor coisa que fiz por mim”. Hoje, 5 anos depois, Patrícia é formada em Educação Física e é dona de uma academia de dança. “Meu carro chefe é Zumba®️! Com ela, posso ajudar outras pessoas que estão passando o que eu passei e podem encontrar na aula a alegria de viver”, comemora.

No caso de Patrícia, o transtorno emocional foi tratado com a dança, mas a psicóloga alerta que a depressão deve ter a devida atenção: “além da atividade física e uma rotina de vida mais saudável, é essencial o acompanhamento de especialistas para um bom tratamento psiquiátrico e psicológico”.