Porque o pole dance se tornou o ‘queridinho’ da mulher moderna

Prática ajuda na autoaceitação, alivia o estresse e beneficia corpo e mente no pós-parto

Exercício físico, dança, esporte. Essas são as palavras que definem o pole dance, modalidade na qual são realizadas performances e movimentos com o corpo utilizando-se uma barra vertical como apoio.

Por muito tempo o pole dance foi visto apenas como dança sensual. Em 1996, o filme ‘Striptease’, estrelado pela atriz Demi Moore trouxe cenas eróticas de sua personagem no pole dance, o que contribuiu para que a modalidade ficasse atrelada à sensualidade.

Certamente ela não perdeu esta faceta, mas hoje é também encarada como esporte, com campeonatos de alto nível técnico, e como prática fitness.

A verdade é que o pole dance se consolidou no Brasil e caiu nas graças das mulheres, como no caso de Vanessa Esteves Reichert, professora de pole dance há 8 anos e uma das sócias do estúdio V, localizado no bairro Vila Madalena, na capital.

Aberto há pouco mais de um ano, o estúdio nasceu de uma amizade com sua aluna e sócia, a publicitária Mayra Cordeiro. Elas e as praticantes de pole, Priscilla Lombardi e Kathia Calil elencaram as cinco principais razões do pole dance ter se tornado o queridinho da mulher moderna:

1) Auto aceitação e relação positiva com o corpo

O pole tem efeitos incríveis na relação da mulher com o corpo, começando pelo uso de roupas bem curtas, que favorecem o atrito da barra com a pele. “Durante as aulas precisamos nos encarar em um espelho enorme com roupas pequenas, nos fazendo enfrentar nossos próprios preconceitos com o corpo”, explica Vanessa.

As aulas, portanto, acabam sendo um grande processo de auto aceitação. “As alunas passam a se gostar mais e percebem que são mais fortes e bonitas do que imaginavam”, acrescenta Vanessa.

Para a gerente comercial e aluna de pole há 1 ano e meio, Priscilla Lombardi, de 29 anos, a prática acaba até sendo uma sessão de terapia. “Eu sempre fui muito magra e já sofri bullying por isso. No pole, você passa a se amar mais”, revela.

2) Pós-parto: reencontro com o corpo

A maioria dos médicos não recomenda o pole dance durante a gravidez, por ser uma atividade com alta probabilidade de queda. No entanto, a prática é recomendada no pós-parto, quando muitas mulheres buscam se reconectar com seu corpo.

É o caso da atriz de 31 anos, Kathia Calil. Praticante de pole dance há três anos, ela voltou às aulas um mês após o parto. “Fazer uma atividade que traz força corporal e emocional é muito importante porque eu preciso estar bem para poder fazer bem à minha filha”, relata a atriz que costuma levar sua filha, a Morena de 3 meses, para as aulas.

O pole dance também pode ser um aliado se o foco for o resgate da sensualidade, muitas vezes deixada de lado com a maternidade. “O legal é que você coloca a sensualidade nos movimentos e na dose que quiser”, relata Priscilla.

Mulheres maduras, mães ou jovens: o pole ensina que todas podem ser sensuais.

3) Estresse e ansiedade: vilões da mulher moderna

Com a dupla – ou até tripla jornada de trabalho – as mulheres têm enfrentado, com frequência, problemas emocionais como o estresse e ansiedade.

A prática do pole ajuda a aliviar as tensões não só porque as alunas “se desligam” durante as aulas, mas porque o pole ensina a lidar com desafios e frustrações. “Fazemos coisas incríveis: ficamos de ponta cabeça e dobramos o corpo de formas inimagináveis. Mas nada disso é fácil. Precisamos de treino e dedicação. Depois das aulas, essa força interior também é levada para as outras esferas da vida”, comenta Vanessa.

Para Kathia, força e equilíbrio são o que faz do pole uma modalidade fascinante. “Cada aula é um desafio do seu limite. A cada desafio superado, você se sente mais capaz e mais forte também”, finaliza.

4) Pole Fitness: alternativa à musculação

Nem todas as mulheres gostam das tradicionais academias de ginástica. Umas porque acham a atividade monótona, outras porque não gostam do ambiente, por considerarem-no competitivo. “Os estúdios de pole são um ambiente mais feminino e mais acolhedores”, comenta Priscilla.

No estúdio V, as aulas começam com aquecimento, seguido de uma série de fortalecimento, movimentos como giros e inversões, e termina com relaxamento. “O pole trabalha todos os músculos de uma vez só e as aulas são todas de nível misto, ou seja, cada aluna treina e se desenvolve no seu ritmo”, resume Vanessa.

Além disso, o pole dance é inclusivo, não havendo restrição de idade ou peso. Em 2 meses, em média, as mulheres começam a fazer movimentos com maior exigência de força, e a ver resultados no corpo. “O primeiro mês é o mais difícil, mas é uma questão de treino. Cada pessoa evolui de forma diferente e todo mundo é capaz de aprender”, finaliza Vanessa.

5) Mulheres unidas… jamais serão vencidas!

A união e amizade que nascem entre as praticantes de pole ganhou um apelido carinhoso: pole friends. “Todas têm objetivos em comum: se desafiar, se superar e se amar. Por ser difícil no começo, elas se unem e comemoram juntas um giro ou movimento novo”, conta Vanessa.