Otorrino desmitifica os mitos e verdades do desvio de septo

Estrutura que divide as narinas também dá sustentação ao órgão

O nariz entupido é um dos principais e mais incômodos sintomas de um problema cada vez mais comum: o desvio de septo nasal. Apesar de não ser a única causa da obstrução ou dificuldade respiratória, o desvio demanda cirurgia para ser corrigido e, por isso, causa dúvidas nos pacientes.

A médica otorrinolaringologista Dra. Maura Neves, da Associação Brasileira de

Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial – ABORL-CCF, explica alguns mitos e verdades do problema. Confira:

O septo é feito só de cartilagem.

MITO: “O septo nasal é uma estrutura composta por cartilagem e osso. Ele divide as narinas da ponta ao fundo do nariz e dá sustentação ao órgão. Ele pode se desviar em qualquer parte de sua estrutura.”

O problema pode ocorrer por causa do crescimento da face.

VERDADE: “Durante a infância e adolescência, o osso nasal e/ou a cartilagem podem crescer rapidamente fazendo com que o septo desvie para um lado. Traumas e pancadas no nariz também podem causar o problema.”.

Só pode operar no inverno.

MITO: A cirurgia pode ser feita em qualquer época do ano, segundo Dra. Maura, mas nas estações mais frias é mais cômodo para o paciente, que precisa adotar cuidados específicos no pós-cirúrgico, como evitar o sol.

Desvio de septo é algo sério e precisa ser tratado.

VERDADE: Dra. Maura lembra que a obstrução nasal causada pelo problema atrapalha a qualidade de vida do paciente e está associada a roncos e apneia do sono, respiração bucal, entre outros males.

Todo mundo que tem desvio de septo fica com nariz torto.

MITO: A tortuosidade percebida externamente não necessariamente tem ligação com o desvio de septo. O otorrino deve sempre ser consultado para o correto diagnóstico e tratamento.

Somente cirurgia corrige o problema.

VERDADE: A médica explica que medicação melhora apenas os sintomas, como a obstrução nasal. Apenas a septoplastia, cirurgia corretiva, trata o problema e pode ser realizada tanto pelo otorrino quanto pelo cirurgião plástico.

É preciso usar tampões nasais no pós-cirúrgico.

MITO: “A cirurgia está cada vez mais moderna. Hoje, ela é feita por videoendoscopia, dispensando cortes no rosto e o uso dos incômodos tampões pós-operatórios. A única incisão é interna e não dá hematomas na face”, conta a médica. A cirurgia é realizada sob anestesia geral e o paciente pode ter alta no mesmo dia, com recuperação total em até três semanas.