Enquanto a quimioterapia auxilia no tratamento do câncer, ela pode causar outros efeitos em seu corpo, chamados efeitos colaterais. Alguns desses efeitos afetam a boca e pode fazer com que o tratamento atrase, ou seja interrompido.
A cirurgiã-dentista, periodontista e especialista em saúde bucal Dra. Bruna Conde menciona que, em primeiro lugar, as bactérias da boca e feridas pré-existentes podem representar um risco para quem vai começar o tratamento contra o câncer. Por isso, a visão do especialista é importante para orientar e prevenir complicações. “Para ajudar a evitar problemas graves, consulte um dentista pelo menos duas semanas antes de iniciar a quimioterapia.” alerta Bruna Conde.
Por que devo procurar um dentista?
A toxicidade de alguns medicamentos do tratamento oncológico, pode afetar a mucosa oral, causando inflamações e feridas dolorosas semelhantes a aftas, as chamadas mucosites, que podem ser prevenidas e tratadas com a laserterapia de baixa intensidade.
“Se você consultar um dentista antes do início da quimioterapia, isto o ajudará a prevenir problemas graves em sua boca. Os efeitos bucais geralmente acontecem quando a boca não está saudável antes do início da quimioterapia.” destaca a Dra. Bruna.
Existe uma proteína chamada anexina A1. Essa proteína estimula o crescimento do câncer. A bactéria Fusobacterium Nucleatum, do grupo de bactérias da boca, age aumentando a produção de anexina A1 e atrai mais bactérias para a região.
“Para resolver essa questão, o tratamento completo para saúde bucal é uma das formas de se diminuir a população do agente Fusobacterium Nucleatum. Dentre as bactérias da boca, é uma das principais responsáveis por essa condição.” ressalta a periodontista Bruna Conde.
Para o caso de doenças periodontais, a raspagem e alisamento radicular combinados com instrução de higiene e controle de hábitos são o melhor caminho.
Se possível, assim que a doença for diagnosticada, antes mesmo de iniciar as sessões de quimioterapia e radioterapia, é indicado fazer o check up com um dentista.
“O cirurgião dentista poderá verificar se não há infecções e lesões em andamento que podem ser perigosas para o paciente que estará com imunidade reduzida devido aos medicamentos e ao tratamento contra o câncer. Dependendo do que for detectado nos dentes e na gengiva, o tratamento do câncer pode sofrer interferências. Por esse motivo vale ressaltar a importância do acompanhamento odontológico em sinergia com o tratamento oncológico.” finaliza a Dra. Bruna Conde.