Quando os tutores recebem um diagnóstico grave revelando que o pet está com uma doença avançada surge um enorme impacto emocional. Como lidar com a dor desta fase aguda e proporcionar mais qualidade de vida? com objetivo de amenizar o abalo deste momento crítico, o Centro Veterinário Seres oferece o serviço de Cuidados Paliativos. “Trata-se de uma especialidade da medicina que vem ganhando espaço na área veterinária com atendimento de pets com doenças avançadas e em estágio terminal”, explica a Dra Flávia Passoni, veterinária que atua na área de cuidados paliativos Seres/Petz.
O atendimento consiste em cuidar do Pet e de sua família enquanto a doença progride, é buscar formas de controlar sintomas e evitar sofrimentos desnecessários. “Muitas vezes achamos que a pior das notícias para um tutor será a da morte do paciente, mas para ele a pior notícia pode ser a que o paciente não conseguiu fazer suas necessidades no tapetinho como é habitual dele”, explica a médica. “Se não ouvirmos o que o tutor tem a dizer não conseguimos mensurar as situações que causam sofrimento e ficaríamos preocupados com outras questões, que para eles não são tão significativas. Ouvir é essencial para o cuidado paliativo”, esclarece.
Os Cuidados Paliativos são voltados ao enfrentamento da dor total, ou seja, engloba todos os aspectos (físico, emocional, espiritual e social). Dra Flávia esclarece que cada paciente tem uma dinâmica e um contexto de vida e, por isso, é importante que o tutor se sinta amparado e veja que não está sozinho, mesmo nas situações mais desafiadoras. “Infelizmente as pessoas têm a errônea ideia de que cuidados paliativos são para pacientes em que “mais nada pode ser feito”. Pelo contrário. Quanto menos temos para fazer pela doença, mais temos o que fazer para com o paciente e sua família, mais cuidados podemos proporcionar a eles e com certeza temos mais vida para dar aos dias destas pessoas e pacientes”, conclui a Dra.
Primeiro passo – compreender o lugar que o pet ocupa na família:
Nos primeiros contatos com a família busca-se o entendimento do papel desse pet na família, já que quando falamos desses bichinhos, estamos falando de um membro da família e que ocupa um lugar especial na vida dos tutores. “Muitas vezes nos deparamos com pets que são refúgio e única companhia de pessoas idosas e sem outros familiares, em outras ele é filho de um casal jovem, após essa etapa é que é possível elaborar formas de ajudar os tutores a passar por momentos de perda e luto.”, complementa.
Quem deve procurar esse tipo de tratamento?
Os cuidados paliativos não são exclusivos para paciente com doenças avançadas e em terminalidade. Quando o tutor tiver um pet que apresente uma doença que ameace sua vida, ele está apto para buscar esse tipo de profissional. “Geralmente a atuação é realizada em conjunto de outras especialidades e tratamentos curativos, o diferencial é o quão presente seremos nesta trajetória, quanto menor possibilidade de cura, maior a necessidade dos cuidados paliativos”, afirma Dra Flavia.
A importância do acompanhamento para minimizar o impacto do luto
A fase de luto vem, muitas vezes, acompanhada de depressão, sensação de impotência e fracasso frente a impossibilidade de cura e perda iminente de seu ente querido. Nestes atendimentos entender o sofrimento do outro e ter empatia é essencial, mas nem sempre é o suficiente.
Conforme Dra Flavia, algumas pessoas podem desenvolver uma fase mais complexa do luto. “Algumas pessoas por diversos motivos podem apresentar o que chamamos de lutos complicados, normalmente ocorrem em pessoas que já apresentam algum sofrimento anterior e que não foi bem trabalhado. Assim, quando se deparam com a possibilidade da perda ou mesmo a perda de fato de um ente querido, ocorre o agravamento do quadro e nestes casos a ajuda profissional é essencial. Mas a ajuda psicológica especializada não é indicada apenas para pessoas com luto complicado, ela pode vir para ajudar o tutor a elaborar o momento e a situação de maneira geral, tornando a menos dolorosa “, ressalta.