Atente-se para este dado: 30% dos brasileiros nunca compraram um livro. O estudo, que faz parte da pesquisa ‘Retratos da Leitura no Brasil’ (2018), do Instituto Pró-Livro, também mostra que a média de leitura per capita nacional varia de aproximadamente cinco a sete livros, incluindo livros didáticos, por ano. Leitura espontânea não chega a dois livros por ano, enquanto que nos EUA é de cinco e na França sete livros por ano, per capita. A leitura enquanto hábito no Brasil é uma dificuldade e traz diversas consequências, não só de ordem cultural, mas de formação social, de reflexão e linguística.
Mas quais seriam os motivos para que a leitura não seja tão popular no país? É claro que não existe uma só razão, mas um conjunto de fatores que minam o apreço dos brasileiros pelos livros. Contudo, o que considero o principal (e talvez o mais grave) é a falta de hábito da leitura.
E por que isso acontece?
Sabemos que os livros didáticos são necessários e sua qualidade, na grande maioria, se mostra suficiente e, portanto, cumpre seu papel educacional de forma efetiva.
Porém, o hábito de ler, que orbita os livros didáticos, pode se dar de duas formas:
Em casa, pelos pais apresentando a seus filhos livros com boas histórias, lendo com eles, despertando a curiosidade das crianças e jovens para o mundo mágico da leitura. Agora, se os pais não têm esse hábito, a escola pode desempenhar um papel fundamental nesse processo através de seus professores.
Esta segunda forma de se criar o hábito da leitura, precisa que o professor seja o grande entusiasta que indicará e discutirá livros e histórias junto a seus alunos. Livros contemporâneos, adequados à idade do aluno, que falam numa linguagem atual e trazem cenários e histórias que o jovem gosta – seja ficção, fantasia ou realidade. Porém, da mesma forma, se os professores têm deficiência no hábito de leitura, dificilmente irão despertar em seus alunos esse hábito que traz tantos benefícios ao desenvolvimento de crianças e jovens, além de prepará-los para a idade adulta.
Portanto, é muito importante buscar essa formação, esta competência junto aos professores, em despertar o desejo pela leitura junto às crianças e jovens, principalmente do ensino fundamental e médio, momento em que os alunos podem adquirir o hábito de leitura de forma muito natural.
Reflexão:
Há outra questão, com relação aos livros complementares, como exemplo, aqueles que acabam figurando como leitura obrigatória para o vestibular, os chamados clássicos.
É muito mais fácil um jovem vir a gostar de ler e solidificar o hábito da leitura, se ele começar por autores contemporâneos, que falam uma língua mais próxima do jovem e tratam de assuntos atuais.
Claro que devemos ler, estudar e reverenciar os autores clássicos. Porém, os livros clássicos foram escritos há décadas e trazem contexto e forma de comunicação muito diferente da contemporânea.
Nesse sentido, especialistas em educação sugerem que escolas mudem o método de ensino e incluam livros, de vários gêneros, para que os jovens experimentem novas experiências na leitura e, desta forma, desperte entre eles, o amor pelos livros.
Respeitando a idade da criança em formação, é repensar a forma de criar o hábito da leitura, por meio de um equilibrado mix entre literatura clássica e contemporânea, mas lembrando que, o mais adequado para o desenvolvimento do hábito de ler nos jovens, deve passar pelo contemporâneo, para depois entrar no clássico. Desta forma, o jovem irá conseguir comparar e diferenciar linguagens e contextos segundo a época em que o livro foi escrito.
A educação é fundamental para o desenvolvimento de qualquer país e ela passa, inevitavelmente, pela leitura. Quando tivermos melhores leitores, certamente teremos melhores formadores de opinião pela boa reflexão. Isso porque a bagagem adquirida a cada página de um livro estimula o pensamento e a imaginação, mas também a análise crítica e a reflexão sobre a realidade.
Livro ‘A Contrapartida’
Foi justamente com a intenção de incentivar a leitura jovem e promover conhecimento descontraído que no dia 12 de março, no Rio de Janeiro, e dia 14 de março, em São Paulo, lanço o meu primeiro livro: ‘A Contrapartida’.
A história gira em torno do menino Tavinho, um jovem que para não frustrar a mãe e honrar a memória do pai, que foi vítima da violência da cidade de São Paulo, opta por “cortar caminhos” durante sua adolescência. Com a “ajuda” de sua governanta, Iaúna – nascida em uma tribo indígena já extinta, ele aceita tomar o elixir da sabedoria. No entanto, a decisão para se tornar mais astuto, com raciocínio mais ágil, com uma inteligência acima da média, a princípio inofensiva, resulta em sérias consequências que colocam em xeque o futuro do personagem e de todos à sua volta.
Como pano de fundo, a obra destaca a importância das escolhas e decisões, bem como as consequências geradas por elas. Interessado? Saiba mais no sitewww.livroacontrapartida.com.br.