Prática previne doenças na fase adulta e ajuda no desenvolvimento infantil
Inúmeros estudos já comprovaram que exercícios regulares são capazes de melhorar a nossa qualidade de vida e prevenir as principais consequências do sedentarismo, como indisposição, insônia, ganho de peso, dores articulares e estresse, além de doenças como infarto, hipertensão, diabetes e depressão.
A inatividade física, em contrapartida, já é considerada uma pandemia, responsável por mais de 5 milhões de mortes por ano ao redor do mundo. Somada à pandemia da Covid-19 iniciada em 2020, ela foi responsável por caracterizar um estado de sindemia global, o que provocou o aumento de comorbidades como obesidade, doenças respiratórias, reumatológicas e vários tipos de câncer.
É fato que os exercícios físicos podem até mesmo aumentar a nossa expectativa de vida. O que nem todos sabem, porém, é que eles devem ser colocados em prática em todas as idades, desde a infância até a velhice. Quanto antes forem incentivados, mais chances têm de se tornar um hábito. É muito comum, por exemplo, uma criança que participa de esportes ou brincadeiras mais físicas se tornar um adulto ativo.
Mesmo os bebês, que ainda não se deslocam, podem praticar exercícios. A eles, é recomendado que permaneçam por pelo menos 30 minutos ao dia na posição prona (rosto e peito para baixo) enquanto estiverem acordados. Aqueles com menos de 1 ano, por exemplo, devem se manter fisicamente ativos várias vezes ao dia. E isso pode ser feito de diversas maneiras, principalmente por meio de brincadeiras e jogos interativos, o que ajuda no desenvolvimento da capacidade motora e da cognitiva.
Para os pequenos de 3 e 4 anos de idade, o ideal é que tenham ao menos 3 horas de atividades físicas, desde as moderadas até as vigorosas, distribuídas ao longo do dia. E os pais não precisam se preocupar, pois quanto mais o corpo da criança estiver em movimento, melhor é. Uma dica é investir em brincadeiras prazerosas e lúdicas, como os tradicionais pega-pega, jogar bola, soltar pipa, andar de bicicleta, pular corda, dançar e nadar.
Já as crianças mais velhas e os adolescentes devem realizar atividades aeróbicas, que, em pelo menos três vezes por semana, precisam estar associadas a exercícios de força. Outro ponto importante dessa prática, especialmente nessa faixa etária, é que ela ajuda no processo de socialização, fortalecendo os vínculos afetivos e estimulando o sentimento de pertencimento.
Aos adultos, o recomendado é que façam semanalmente de 150 a 300 minutos de atividade física aeróbica moderada ou, pelo menos, de 75 a 150 minutos de atividade física aeróbica vigorosa. Para obter benefícios secundários, eles podem intensificar a frequência duas vezes na semana, com movimentos que ajudem no fortalecimento do corpo.
Os idosos, por sua vez, precisam colocar em prática exercícios funcionais três vezes na semana, a fim de manter a coordenação e o equilíbrio, tão essenciais para a qualidade de vida nessa faixa etária.
Dr. Alexandre Giffoni, médico nutrólogo do Hospital Igesp