Alergias em cães aumentam durante a seca e queimadas

Veterinária especialista em alergologia, Dra. Mallize Gonçalves, alerta para os cuidados necessários

O período de seca e as queimadas frequentes que afetam diversas regiões do Brasil não apenas impactam o meio ambiente e a qualidade do ar, mas também provocam problemas de saúde em cães. A exposição prolongada à poeira, à fuligem e ao ar seco pode desencadear uma série de reações alérgicas nos pets, especialmente os mais sensíveis. Entre os principais sintomas estão coceira intensa, vermelhidão na pele, espirros frequentes e até problemas respiratórios. Esses sinais podem ser facilmente confundidos com outras condições, o que torna ainda mais essencial o acompanhamento veterinário.

Segundo a médica veterinária Mallize Gonçalves, especialista em Alergologia, o período de seca combinado com a poluição gerada pelas queimadas é particularmente prejudicial para os cães. “Durante essa época do ano, notamos um aumento significativo de casos de alergias em cães, principalmente as dermatológicas e respiratórias. A pele dos cães, assim como o sistema respiratório, fica mais suscetível às partículas de poeira e poluentes que ficam suspensos no ar. Animais com predisposição genética a alergias ou com histórico de problemas respiratórios são os mais afetados”, explica a veterinária.

As alergias em cães podem se manifestar de diversas formas, mas a coceira intensa, conhecida como prurido, é um dos sintomas mais comuns. “A pele do cão pode ficar vermelha, com descamação e, em casos mais graves, pode haver perda de pelo nas áreas afetadas. Alguns cães chegam a se machucar de tanto se coçarem, desenvolvendo feridas que podem levar a infecções secundárias”, alerta Mallize Gonçalves. Ela também ressalta que os sintomas respiratórios, como espirros, tosse e dificuldade para respirar, podem indicar alergias respiratórias, sendo necessário observar com atenção qualquer alteração nesse sentido.

Para proteger os cães durante o período de seca e queimadas, a especialista sugere algumas medidas preventivas que podem minimizar os impactos das alergias. “É importante manter os ambientes internos da casa sempre limpos, evitando o acúmulo de poeira. Durante os passeios, é recomendado evitar horários em que o ar esteja muito seco ou que haja muita fumaça no ar. Em casa, o uso de umidificadores de ar pode ajudar a amenizar os efeitos da secura e a manter a umidade no ambiente”, orienta.

Além disso, Mallize Gonçalves ressalta a importância da hidratação dos pets durante esse período. “Ofereça água fresca e limpa o tempo todo. A hidratação adequada ajuda a manter a pele do cão mais saudável e a reduzir o impacto das partículas alérgicas no organismo. Cães com pelagem mais curta ou com problemas dermatológicos devem ser observados de perto, e, em alguns casos, o uso de hidratantes específicos para pets pode ser indicado pelo veterinário”, acrescenta.

A especialista também alerta para a necessidade de procurar um médico veterinário ao primeiro sinal de alergia em cães. “Muitos tutores tentam tratar os sintomas em casa, mas é fundamental buscar orientação profissional para garantir o tratamento adequado. O veterinário pode realizar testes para identificar a causa da alergia e recomendar o uso de medicamentos específicos, como anti-histamínicos, ou até iniciar um tratamento de dessensibilização, dependendo do caso”, explica.

Em casos de alergias graves, o uso de medicação pode ser necessário para controlar os sintomas e evitar que o problema se agrave. “Cada animal reage de forma diferente, e o tratamento precisa ser personalizado. Em situações mais severas, como crises alérgicas respiratórias, é imprescindível um atendimento emergencial, pois o quadro pode se agravar rapidamente”, finaliza a Dra. Mallize Gonçalves.