Terapia com vacina amplia perspectiva de tratamento do câncer de mama

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O oncologista Ramon Andrade de Mello explica que novas ferramentas reduziram a recorrência da doença

Os avanços científicos trouxeram novas terapias para o combate aos tumores oncológicos da mama. O diagnóstico precoce é um fator fundamental para o resultado positivo de algumas técnicas como imunoterapia, terapia alvo e cirurgias minimamente evasivas. “O câncer de mama lidera entre as doenças que mais afetam as mulheres no mundo. As abordagens tradicionais caminharam pouco, mas as pesquisas com imunoterapia para câncer de mama têm avançado por meio do tratamento com células T, por exemplo, e abrem novas possibilidades promissoras”, esclarece o médico Ramon Andrade de Mello, professor da disciplina de oncologia clínica do doutorado em medicina da Universidade Nove de Julho (Uninove), do corpo clínico do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, e PhD em oncologia pela Universidade do Porto, Portugal.

O médico explica que 25% das pacientes têm taxa de sobrevida de cinco anos com a adoção das terapias tradicionais: “Com as novas abordagens, o tratamento vai melhorar a qualidade de vida dessas mulheres”. Segundo ele, as vacinas também têm oferecido bons resultados.

Um estudo com pacientes vacinadas para tratamento de câncer de mama avançado mostrou que, em 15 anos, a taxa de recorrência dos tumores foi de 12,5%. Por outro lado, entre as mulheres que receberam o tratamento convencional e uma vacina placebo, a taxa foi de 60%.

O uso da vacina nesse tipo de câncer também foi objeto de um outro estudo, que apontou sobrevida livre da doença de 14 pontos percentuais maior para as mulheres vacinadas do que para aquelas que receberam placebo. “A boa notícia é que esses medicamentos estão chegando num menor intervalo de tempo para as pacientes brasileiras. Assim, podemos contar com terapias de ponta, cada vez mais rápido”, comemora Ramon Andrade de Mello.