Setembro em Flor: combinações com imunoterapia são novas aliadas na luta contra os cânceres ginecológicos

Primeiro semestre de 2024 foi marcado pela liberação de novos tratamentos para tumores de colo de útero e endométrio

No Brasil, cerca de 30 mil mulheres recebem, anualmente, o diagnóstico de algum tipo de tumor ginecológico, de acordo com Instituto Nacional de Câncer (INCA).

Com o objetivo de reforçar o alerta sobre as neoplasias que acometem o aparelho reprodutor feminino (útero, ovário e endométrio), este ano a campanha “Setembro em Flor” – criada pelo Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos (EVA) – ganha ainda mais força. O avanço da medicina, aliado ao desempenho de profissionais da área, tem possibilitado novos tratamentos para dois destes tumores.

Uma das novidades está voltada ao câncer de colo de útero, o terceiro mais incidente entre as mulheres, sem considerar o tumor de pele não melanoma, com 17 mil novos casos no país por ano até 2025, sendo 2.550 somente no estado de São Paulo.

A doença recebeu um novo aliado capaz de reduzir sua progressão e também o risco de morte em 30%. A combinação do Pembrolizumabe, uma imunoterapia, com quimiorradioterapia apresentou uma melhora significativa na sobrevida global em pessoas com diagnóstico de câncer de colo de útero localmente avançado.

O tratamento tem como base o estudo KEYNOTE-A18, que envolveu 176 centros médicos e 1.060 pacientes tratadas com a associação entre a imunoterapia e o tratamento convencional, realizado com quimioterapia e radioterapia. A aprovação foi feita pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no final de abril.

“Este é um dos maiores estudos já realizados com pacientes com câncer de colo do útero. A junção de imunoterapia ao tratamento já pré-existente para o tumor localmente avançado proporcionará um aumento da sobrevida para essas mulheres”, comenta Diocésio Andrade, oncologista da Oncoclínicas Ribeirão Preto e também membro fundador do EVA.

O médico ressalta que este é um tipo de tumor evitável, com cerca de 90% dos casos relacionados à infecção pelo Papilomavírus Humano (HPV). “A vacinação é a proteção mais eficaz contra o contágio e está disponível no sistema público de saúde para meninos e meninas, com idades entre 9 e 14 anos”, conclui

Câncer de endométrio

Responsável por mais de 7 mil novos casos da neoplasia no país – com risco estimado de 7 a cada 100 mil mulheres na região Sudeste -, o câncer de endométrio também ganhou uma nova opção terapêutica.

A combinação da imunoterapia Durvalumabe com quimioterapia provou ser capaz de reduzir em até 58% o risco de progressão ou morte da doença em estágio avançado de um subtipo com deficiência de enzimas de reparo do DNA, que corresponde a cerca de 20% a 30% dos casos.

Aprovada em março pela Anvisa, a nova combinação é baseada no estudo de fase III DUO-E, que avaliou o tratamento de primeira linha de 718 pacientes com a doença avançada ou recorrente com três diferentes regimes. Em São Paulo, a estimativa de novos casos do câncer do colo de útero, em 2023, é de mais de 2,5 mil.

“Esta combinação é um marco, já que se passaram 20 anos sem inovação na luta contra a neoplasia de endométrio. Podemos dizer que este é o início de um novo cenário do câncer, que sempre foi sinônimo de um prognóstico desfavorável. Estamos caminhando para cada vez mais encontrarmos possibilidades de combinações de tratamentos, que visam maior qualidade de vida para os pacientes”, pontua Diocésio.

Prevenção e diagnóstico precoce

A descoberta precoce desempenha um papel fundamental na gestão dos tumores ginecológicos que são passíveis de cura.

“A alta incidência decorre, muitas vezes, do diagnóstico tardio, já que se tratam de cânceres silenciosos. Por isso, adotar uma dieta balanceada, praticar atividades físicas e evitar o tabagismo podem ser atitudes essenciais para reduzir os riscos dos tumores que afetam o aparelho reprodutivo feminino. Estar em dia com as consultas ginecológicas, exames de Papanicolau e testes de HPV também são necessários para detectar qualquer anomalia”, finalizou Diocésio Andrade.

Sobre a Oncoclínicas&Co

A Oncoclínicas&Co. – maior grupo dedicado ao tratamento do câncer na América Latina – tem um modelo especializado e inovador focado em toda a jornada do tratamento oncológico, aliando eficiência operacional, atendimento humanizado e especialização, por meio de um corpo clínico composto por mais de 2.700 médicos especialistas com ênfase em oncologia. Com a missão de democratizar o tratamento oncológico no país, oferece um sistema completo de atuação composto por clínicas ambulatoriais integradas a cancer centers de alta complexidade. Atualmente possui 145 unidades em 39 cidades brasileiras, permitindo acesso ao tratamento oncológico em todas as regiões que atua, com padrão de qualidade dos melhores centros de referência mundiais no tratamento do câncer.

Com tecnologia, medicina de precisão e genômica, a Oncoclínicas traz resultados efetivos e acesso ao tratamento oncológico, realizando aproximadamente 635 mil tratamentos nos últimos 12 meses. É parceira exclusiva no Brasil do Dana-Farber Cancer Institute, afiliado à Faculdade de Medicina de Harvard, um dos mais reconhecidos centros de pesquisa e tratamento de câncer no mundo. Possui a Boston Lighthouse Innovation, empresa especializada em bioinformática, sediada em Cambridge, Estados Unidos, e participação societária na MedSir, empresa espanhola dedicada ao desenvolvimento e gestão de ensaios clínicos para pesquisas independentes sobre o câncer. A companhia também desenvolve projetos em colaboração com o Weizmann Institute of Science, em Israel, uma das mais prestigiadas instituições multidisciplinares de ciência e de pesquisa do mundo, tendo Bruno Ferrari, fundador e CEO da Oncoclínicas, como membro de seu board internacional. Além disso, a Oncoclínicas passou a integrar a carteira do IDIVERSA, índice recém lançado pela B3, a bolsa de valores do Brasil, que destaca o desempenho de empresas comprometidas com a diversidade de gênero e raça.

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