Estudo comprova que não ouvir bem agrava o desânimo e a solidão dos mais velhos
Manter o ânimo e a disposição para enfrentar os desafios da vida está mais difícil atualmente por causa da pandemia do coronavírus, principalmente para quem já passou dos 50 anos. Mas, como a música nos lembra, é preciso saber viver, e também envelhecer. Para isso, é essencial procurar se envolver em atividades prazerosas, mesmo dentro de casa. Estar conectado ao mundo, escutar bem os sons das músicas, das conversas, dos programas na TV e até mesmo acompanhar as lives que invadiram as redes sociais. No entanto, tudo isso é muito complicado quando há dificuldades para ouvir.
A surdez não tratada muitas vezes isola o indivíduo de sua família e dos amigos. Pesquisa do Departamento de Psicologia da Universidade de Gothenburg, na Suécia, publicada na revista Journal of Personality, comprova que pessoas com surdez têm maiores problemas de relacionamento e convívio social.
Durante o estudo, 400 indivíduos com idades entre 80 e 90 anos foram avaliados durante seis anos. Os pesquisadores analisaram a capacidade mental e física, assim como aspectos da personalidade, como extroversão e estabilidade emocional. Eles verificaram que os idosos ficaram menos extrovertidos com o passar dos anos. E fator determinante, segundo eles, foi a perda auditiva. Os resultados mostraram que perda de audição afeta diretamente a qualidade de vida, em relação a situações sociais.
“Falar sobre deficiência auditiva nunca é fácil, por causa da resistência que as pessoas têm em admitir a dificuldade para ouvir. Mas trazer à tona o problema é a melhor coisa a fazer. Neste sentido, o apoio e o incentivo da família são fundamentais. O tratamento da perda de audição resulta em melhoras significativas na qualidade de vida do idoso”, afirma a Fonoaudióloga Marcella Vidal, da Telex Soluções Auditivas.
Alguns indivíduos já experimentam algum grau de perda auditiva a partir dos 40 anos, por causa do processo natural de envelhecimento, que é diferente em cada um. Mas depois dos 65 anos, a perda auditiva, conhecida como presbiacusia, tende a ser mais severa. Por isso, o melhor é procurar um especialista aos primeiros sinais de surdez.
“Uma boa adaptação ao aparelho auditivo e o uso diário são importantes para resgatar os sons do cotidiano e recuperar o bom ânimo. Infelizmente, muitas vezes, quando se procura tratamento, a dificuldade auditiva já é grande. A perda auditiva acontece de maneira lenta e progressiva e, com o decorrer dos anos, a deficiência atinge estágios mais avançados”, explica Vidal.
É importante procurar um médico otorrinolaringologista para receber orientações. Muitas vezes, a indicação é de uso de aparelho auditivo. Caberá então ao fonoaudiólogo recomendar o tipo e o modelo de aparelho que atende às necessidades de cada um. Atualmente, há uma diversidade de modelos de aparelhos, discretos, com design moderno, adequados para diferentes graus de perda auditiva; e o que é melhor, que não afetam a vaidade e elegância. Então, por que não procurar logo uma ajuda?