OMS indica que mais de 1,5 bilhão sofrem de diminuição auditiva durante a vida

Hospital Paulista alerta à importância de buscar um otorrinolaringologista preventivamente

Relatório Mundial sobre Audição, publicado em 2021 pela Organização Mundial da Saúde (OMS), indica que mais de 1,5 bilhão de pessoas passam por algum declínio em sua capacidade auditiva — diminuição na audição que não é considerada deficiência, mas que pode evoluir com o tempo — durante a vida e, deste montante, ao menos 430 milhões precisarão de cuidados.

No entanto, conforme a OMS, ao menos 1 bilhão contam com algum grau de deficiência auditiva. A estimativa é que, até 2050, este número chegue a 2,5 bilhões em todo o mundo.

O Hospital Paulista alerta para a importância da saúde auditiva e da comunicação em todas as fases da vida, além fazer um alerta para o papel fundamental que a especialidade de Otorrinolaringologia exerce no diagnóstico precoce de doenças que possam afetar o ouvido.

Segundo o otorrinolaringologista Fabiano Haddad Brandão, nas grandes cidades, além do uso excessivo de fones de ouvido, é cada vez maior a exposição das pessoas a ruídos elevados.

“Somado à não realização periódica de exames auditivos, este cenário tem o potencial de gerar cada vez mais pacientes com perda parcial e até definitiva da capacidade de ouvir”, afirma. “No caso das crianças, quase 60% das perdas auditivas se devem a causas evitáveis, como doenças preveníveis por vacinas”, reitera o especialista.

Cuidados básicos

Em 2019, Pesquisa Nacional de Saúde apontou que 2,3 milhões de brasileiros — 1,1% da população total — declararam possuir muita dificuldade ou não conseguir de modo algum ouvir.

Dr. Fabiano ressalta que os riscos de perda auditiva permanente podem ser evitados através de recomendações simples a serem seguidas no dia a dia.

Segundo o especialista, a população precisa tratar corretamente as infecções de ouvido. “Quando surgir qualquer tipo de problema, é importante buscar um otorrino o quanto antes. Deve-se sempre evitar a automedicação, independentemente se ela for ingerida ou pingada. Para qualquer tipo de medicação, é imprescindível a orientação médica.”

Por fim, deve-se evitar som excessivamente alto e o uso de hastes flexíveis para a limpeza das orelhas. Para lugares com alto índice de ruídos, o médico indica o uso de protetores auditivos.

Sintomas

Dr. Fabiano recomenda que as crianças façam uma consulta anual com o otorrinolaringologista e, depois, sigam a programação passada pelo especialista.

Para adultos, o médico destaca que não há uma referência específica no que se diz respeito à frequência. No entanto, listou alguns sintomas que podem servir de alerta para a necessidade de uma visita ao especialista, e que valem para todas as faixas etárias:

  • Falar muito alto;
  • Pedir para repetir o que foi dito e falar com frequência a expressão “o que?”;
  • Não responder quando chamado;
  • Assistir TV ou ouvir rádio com volume muito alto;
  • Ter dificuldades para compreender em locais com ruído ou ao telefone;
  • Ter a sensação de que ouve, mas não entende;
  • Perceber o aparecimento de zumbido.

“Em crianças, comportamentos associados à desatenção, atraso na aquisição da fala, baixo desempenho escolar e dificuldades no aprendizado também podem indicar a existência de algum problema auditivo”, finaliza.