Março Azul Marinho: Campanha aborda os cuidados com o câncer colorretal

No calendário da saúde, o  Mês de Março é conhecido pela cor Azul-Marinho e faz referência à campanha de conscientização sobre o câncer colorretal, o terceiro tipo mais comum no Brasil, excluindo-se os tumores de pele não melanoma. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), estima-se mais de 40 mil novos casos por ano no país.

O câncer colorretal origina-se no intestino grosso, também chamado de cólon, e no reto, região final do trato digestivo e anterior ao ânus. A Dra Luiza Gadotti, médica Oncologista do Hospital São Luiz Campinas, explica que o risco de desenvolver a doença é influenciado por fatores ambientais e genéticos, sendo os principais fatores de risco o sedentarismo, sobrepeso, alimentação pobre em fibras e rica em carnes vermelhas e processadas, tabagismo e o alcoolismo.

“As medidas preventivas envolvem principalmente evitar esses fatores, mantendo hábitos de vida saudáveis. A idade também aumenta a chance do surgimento de tumores nessa região, sendo mais comum em pessoas com mais de 50 anos. Há casos, ainda, associados à hereditariedade, identificados quando existe um histórico familiar”. Dra Luiza explica que os sinais e sintomas da doença podem incluir anemia, dor abdominal, mudança do habito intestinal, sangramento nas fezes, gases ou cólicas, vômito ou náuseas, ou sensação de intestino cheio mesmo após evacuação.

A oncologista também ressalta que uma parcela dos pacientes não apresentam sintomas da doença e recebem o diagnóstico a partir de um exame de rastreamento.

Nesse sentido, a prevenção e o diagnóstico é feito por meio do exame de colonoscopia, que deve ser recomendado em indivíduos a partir dos 45 anos de idade, ou mesmo mais jovens em casos confirmados ou suspeitos para alguma síndrome hereditária. Esse exame tem o potencial de diminuir a incidência desses tumores, podendo aumentar as chances de cura e preservar a qualidade de vida dos pacientes. “Isso é possível porque a maioria dos cânceres colorretais se desenvolvem a partir de pólipos adenomatosos, lesões benignas facilmente visualizadas e removidas durante o próprio exame de colonoscopia”, esclarece.

Diferentemente do câncer de mama e de próstata, cujos exames, indicados anualmente, servem para diagnosticar a doença no início, a colonoscopia visualiza e remove a lesão precocemente, ainda na fase pré-maligna, o que evita o desenvolvimento do tumor anos depois.