Junho Laranja: mês da conscientização sobre anemia e leucemia

A campanha do mês de junho é direcionada sobre à informação e prevenção da saúde do sangue. Além de reservar um dia especialmente à importância da transfusão de sangue, o mês também traz em destaque duas das condições mais frequentes relacionadas ao sistema sanguíneo: a anemia e a leucemia.

A anemia, apesar de muito frequente, ainda continua sendo um tema que traz muitas dúvidas à população. Já no caso da leucemia, ainda que menos frequente, também merece destaque por se tratar do principal câncer maligno da infância.

Segundo a hematologista, Maria Cristina Seiwald, os sinais e sintomas da anemia variam de acordo com a intensidade do comprometimento de cada paciente e da doença que está por trás de cada caso. Em geral, uma pessoa “anêmica” pode apresentar um conjunto de sintomas que refletem a baixa quantidade disponível de glóbulos vermelhos na circulação sanguínea como fadiga, palidez, falta de ar aos esforços ou em repouso, palpitações, tonturas, sonolência e confusão mental. A hemoglobinopatia mais conhecida é a doença falciforme que é hereditária e possui a anemia como o principal sinal da doença.

A médica explica que a resolução da anemia, é diretamente determinada pela doença de base que a causou. Assim reposições de vitaminas ou ferro são indicações muito específicas e não podem ser generalizadas. “É importante reforçar e destacar que a anemia é apenas um sinal de que existe uma doença e que, portanto, necessita de uma investigação da causa que resultou na anemia”.

A leucemia é o câncer mais frequente em crianças e também tem tido sua incidência aumentada nos adultos. Ela se caracteriza como uma doença maligna dos glóbulos brancos, geralmente de origem exata desconhecida. A doença pode ser classificada em relação à velocidade de evolução (aguda ou crônica) e pelo tipo celular predominantemente afetado (linfoide ou mieloide).

Sinais e sintomas da leucemia:

O acúmulo de células doentes e o funcionamento inadequado da medula óssea podem levar a sintomas muito variados de acordo com o tipo e evolução da doença. Em geral, pode-se observar sintomas decorrentes da anemia (fadiga, falta de ar aos esforços e/ou em repouso, palpitações, tonturas, sonolência e confusão mental), mas há um comprometimento mais evidente relativo à redução dos glóbulos brancos, levando a uma maior suscetibilidade a infecções frequentes, febre, gânglios linfáticos inchados (“ínguas”), perda de peso sem motivo aparente, desconforto abdominal (geralmente, pelo aumento do baço e fígado), dores nos ossos e nas articulações, e também pode haver predisposição a sangramentos se houver comprometimento das plaquetas.

Diagnóstico e Tratamento:

Por se tratar de um câncer, a detecção em sua fase inicial é fundamental para que haja uma maior efetividade no tratamento. No entanto, não há evidência científica que justifique a realização do rastreamento de leucemias na infância e, em geral, a investigação ocorre somente quando houver suspeita clínica. Em boa parte dos casos, o diagnóstico é iniciado com exames clínicos, laboratoriais ou radiológicos, de acordo com cada paciente.

“Após a confirmação diagnóstica, diversas modalidades terapêuticas podem ser empregadas de acordo com os aspectos clínicos do paciente (idade, presença de outras doenças, capacidade de tolerar a terapia) e do subtipo da leucemia. O transplante de medula óssea não está indicado em todos os casos, mas pode ser necessário, bem como a quimioterapia, imunoterapia, entre outros”, finaliza a especialista.