Imunoterapia é opção terapêutica para controlar alergias na população

As alergias são bastante comuns na população brasileira. De acordo com a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai), aproximadamente 30% dos brasileiros possuem algum tipo de alergia. Destes, cerca de 20% são crianças. Entre as manifestações mais frequentes estão as alergias respiratórias, oculares e cutâneas.

Segundo a alergista, Ana Flávia Bernardes, a imunoterapia ou vacina para alergia, como é popularmente conhecida, é um tratamento para diminuir a sensibilidade a determinadas substâncias, reduzindo os episódios de reações alérgicas. A técnica é bastante eficaz e já utilizada há muitos anos para os principais tipos de alergia.

“A imunoterapia, conhecida popularmente como vacina para alergia, é uma opção terapêutica para dessensibilização do paciente a determinada substância. Para isso, são aplicadas doses crescentes do alérgeno ao qual o paciente é sensível, por via injetável ou sublingual, por um determinado período para que o organismo passe a tolerá-lo”, explica a médica.

A médica ressalta que o tratamento regula a produção de anticorpos. A imunoterapia diminui também as células inflamatórias, que participam da reação alérgica. Com o seguimento do tratamento, é possível observar uma melhora gradual nos sintomas alérgicos, impedindo reações imediatas graves nos pacientes.

“A terapia é indicada para doenças em que a reação alérgica é imediata, mediada por IgE. Se enquadram nessa condição as alergias respiratórias, como rinite alérgica e asma, alergias a picadas de insetos como abelhas, formigas, vespas e marimbondos, conjuntivite alérgica e em casos bem específicos para alergias de pele, como dermatite atópica”, explica Ana Flávia.

Embora o tratamento seja considerado muito seguro, pode manifestar reações locais e sistêmicas. Por isso, é importante realizar uma ampla investigação do histórico clínico do paciente antes de indicar o tratamento, além de observação a cada aplicação do procedimento. A imunoterapia não é indicada para pacientes com asma não controlada, doença coronariana, câncer, indivíduos que façam uso de determinado grupo de anti-hipertensivo ou que sofram de outras doenças do sistema imunológico, tais como imunodeficiências e doenças autoimunes.