Idade gestacional: a importância de respeitar o tempo para o desenvolvimento do bebê

Coordenadora da Obstetrícia do Hospital Materno-Infantil Sinhá Junqueira, do Hapvida, explica os detalhes da saúde materno-infantil

Respeitar o tempo da gestão e evitar qualquer antecipação do parto é essencial para o desenvolvimento do bebê e, também, para a saúde da mãe.

A coordenadora da Obstetrícia do Hospital Materno-Infantil Sinhá Junqueira, Pamela Marino Dantonio, explica que para a saúde materno-infantil é muito importante seguir a chamada idade gestacional.

Inicialmente, a médica explica que o cálculo da Idade Gestacional (IG) é feito com base no primeiro dia de sangramento da última menstruação (DUM), chamado Tempo de Amenorréia (TA) da mãe. Então, é feita uma comparação com o cálculo realizado a partir da IG da primeira ultrassonografia da gestação, sendo essa mais indicada por volta das 12 semanas de gestação.

“Para essa comparação, usamos tabelas de correção para sabermos se eles são compatíveis ou não. Caso sejam, usamos a IG pelo TA. Se não, os cálculos sempre serão feitos baseados na primeira ultrassonografia”, completa.

Ainda segundo a coordenadora, em média, a gestação dura 40 semanas (280 dias), sendo que existem alguns termos que ajudam a definir a IG, como Termo Precoce (37 semanas até 38 semanas e 6 dias), Termo Pleno (39 semanas até 40 semanas e 6 dias) e Termo Tardio (41 semanas a 42 semanas).

Além disso, existem os Dias Potenciais de Gravidez Perdidos (DPGP), no qual se contabiliza os dias faltantes entre o dia do nascimento até a média de dias de uma gestação completa (IG – 280 dias), já que pesquisadores fundamentam que cada dia de gestação inferior a 280 dias completos impacta negativamente na vida dos bebês.

“O período exato que a gestação deve durar depende de cada caso, porém, devemos assegurar que gestações nas quais não há indicação médica para término antes do Termo Pleno, a maturidade fisiológica dos bebês deva ser respeitada”, diz Pamela.

A médica explica que a importância de se respeitar a IG se dá pelo fato de que bebês nascidos entre as 37 e 39 semanas de gestação incompletas têm características de bebês pré-termos, aqueles que nascem até as 36 semanas e 6 dias.

Entre os riscos de não se respeitar a idade gestacional, está o aumento de internações em Unidades de Terapia Intensiva Neonatal (UTI), icterícia neonatal, queda do nível do açúcar do sangue e dificuldades na amamentação. Além de alterações no desenvolvimento cognitivo, déficit de atenção e maior risco de desenvolvimento de doenças crônicas ao longo da vida adulta.

Assim, a função do pré-natal é datar corretamente a IG do bebê, identificar fatores de risco e diagnosticar e tratar doenças e intercorrências que possam trazer riscos à saúde da mãe e do bebê, indicando o término da gestação no momento ideal para preservar o bem-estar de ambos.

“Além disso, é no pré-natal que a gestante pode tirar suas dúvidas, medos e inseguranças em relação à evolução da gestação, trabalho de parto e o parto”, diz a médica.

É sabido que o processo do trabalho de parto demonstra a maturidade fetal para o bebê realizar transição da vida intraútero fetal para a neonatal. Pamela diz que fatores como doenças graves, posição do bebê, presença de comorbidades associadas e, também, o desejo materno são levados em consideração na decisão por qual tipo de parto será realizado.