Implantes hormonais usados para fins estéticos têm se difundido entre as mulheres, apesar de não serem regulamentados pelos órgãos fiscalizadores.
A busca por estabilidade econômica e a decisão de postergar a maternidade têm feito crescer a procura por métodos contraceptivos eficazes e de longa duração. Entre eles está o implante contraceptivo. No entanto, um recurso que tem sido muito requisitado pelas mulheres é “chip da beleza”. Este último funciona como contraceptivo e promete outros benefícios como melhora da estética, maior disposição física, emagrecimento, redução da celulite e aumento do desejo sexual.
A Dra. Tatiana Prandini, que é ginecologista, obstetra e especialista em Anticoncepção e Gestação de Alto Risco faz um alerta sobre a utilização deste produto. “O chamado ‘chip da beleza’ não é regulamentado pelos órgãos fiscalizadores e não há ensaios clínicos que comprovem sua segurança terapêutica, composição hormonal necessária para os efeitos desejados (e prometidos) e nem apontam claramente seus efeitos de uso a longo prazo”, ressalta. O “chip da beleza”, implantado geralmente no glúteo da paciente, é uma composição hormonal cujas proporções não estão muito descritas.
E é nessa mistura que pode estar o perigo. Enquanto a contracepção é garantida pela liberação de um hormônio feminino do tipo progestágeno, os outros efeitos, como emagrecimento e aumento da massa muscular, libido e disposição, estão associados aos hormônios masculinos (com efeitos androgênicos). Esses hormônios têm como efeitos adversos a queda de cabelo, o aumento da acne, o engrossamento da voz e o aumento do clitóris, sendo esses dois últimos irreversíveis, caso aconteçam. “Imagine a mulher que decide usar o chip da beleza para melhorar a estética e acaba perdendo os cabelos”, alerta a médica.
Já o implante contraceptivo é hoje o método disponível com maior eficácia no mercado. Falha dez vezes menos que a laqueadura e tem pouquíssimas contraindicações. Ele é um bastão do tamanho de um palito de fósforo, que é inserido no tecido subcutâneo do braço e tem validade de três anos.