Fibrose em cirurgias de lipoaspiração: como identificar, prevenir e tratar

Fisioterapeuta Fabiana Faria, especialista em pós-operatório, explica como evitar complicações e acelerar a recuperação.

A lipoaspiração está entre os procedimentos estéticos mais realizados no Brasil, mas, apesar dos benefícios, também pode trazer desafios durante o pós-operatório. Um dos problemas mais comuns é o desenvolvimento de fibrose, caracterizada pela formação de tecido cicatricial em excesso, que pode causar irregularidades na pele, desconforto e até comprometer os resultados estéticos da cirurgia.

De acordo com a fisioterapeuta Fabiana Faria, especialista em reabilitação pós-operatória, a fibrose é uma resposta natural do corpo ao trauma cirúrgico, mas seu controle depende de cuidados especializados. “A fibrose ocorre quando o corpo, ao tentar reparar os tecidos lesionados, produz uma quantidade excessiva de colágeno. Isso pode levar a áreas endurecidas e ondulações na pele”, explica.

Identificar os sinais de fibrose no início é essencial para evitar complicações mais severas. Fabiana ressalta que os primeiros sintomas podem surgir ainda nas primeiras semanas após a cirurgia. “Endurecimento localizado, dor ao toque e a sensação de nódulos sob a pele são indicativos de fibrose. Quanto antes essas alterações forem tratadas, melhores serão os resultados”, alerta a fisioterapeuta.

A especialista enfatiza que a prevenção começa com um bom planejamento pré-operatório e um acompanhamento adequado no pós-operatório. “O uso de taping,drenagem linfática e técnicas específicas de mobilização tecidual ajudam a reduzir o risco de fibrose.

Um fator importante é a escolha de malhas compressivas adequadas e o cuidado em seguir as orientações do cirurgião. “A compressão correta é fundamental para evitar a formação de seromas e controlar o inchaço, dois fatores que podem contribuir para o desenvolvimento da fibrose”, destaca.

Quando a fibrose já está instalada, a fisioterapia desempenha um papel crucial no tratamento. “Utilizamos técnicas como mobilização tecidual e a cinesioterapia para melhorar a textura da pele e reverter os endurecimentos. A combinação dessas terapias  potencializa a recuperação”, pontua Fabiana.

Além disso, a fisioterapeuta destaca que cada caso exige um plano de tratamento individualizado. “Cada paciente responde de forma diferente. Por isso, é importante avaliar fatores como idade, tipo de pele e extensão da fibrose para ajustar a abordagem”, afirma.

Fabiana reforça que o sucesso de uma lipoaspiração não depende apenas da técnica cirúrgica, mas também dos cuidados no pós-operatório. “O trabalho em equipe entre cirurgião e fisioterapeuta é essencial para garantir resultados mais duradouros e evitar complicações como a fibrose. Investir em um acompanhamento adequado faz toda a diferença”, conclui.