Pesquisa acompanhou mais de 880 pacientes durante três anos; oncologista destaca papel do estilo de vida na prevenção e recuperação
A prática regular de exercícios físicos pode reduzir significativamente o risco de recidiva do câncer de cólon e ainda aumentar a sobrevida de pacientes após o tratamento. A conclusão é de um estudo internacional publicado na revista New England Journal of Medicine e apresentado durante a conferência anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO), um dos principais eventos da área.
“O estudo traz uma evidência importante: o exercício físico não deve ser visto apenas como um complemento, mas como parte integrante do tratamento oncológico, especialmente no caso do câncer de cólon. Além dos benefícios físicos, os pacientes se sentem mais ativos, confiantes, e isso impacta diretamente na recuperação”, explica a oncologista Dra. Cristiane Mendes.
A pesquisa acompanhou mais de 880 pacientes que já haviam sido submetidos à cirurgia e quimioterapia. Metade deles participou de um programa de exercícios físicos supervisionados por três anos; a outra metade recebeu apenas orientações gerais de saúde. Os resultados foram contundentes: o grupo que se manteve ativo fisicamente apresentou menor taxa de retorno da doença, maior longevidade e melhor qualidade de vida.
O câncer de cólon é um dos tipos mais comuns no mundo e, no Brasil, é o segundo mais frequente. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), cerca de 45 mil novos casos devem ser registrados no país em 2025. Os principais sintomas incluem alterações no hábito intestinal como diarreia ou intestino preso, cólica abdominal, presença de sangue nas fezes, dor durante a evacuação, e até perda de peso sem causa aparente.
“Estar atento a esses sinais é fundamental, já que o diagnóstico precoce aumenta consideravelmente as chances de cura. Exames de rotina, como a colonoscopia, devem ser realizados a partir dos 50 anos — ou dos 40, caso haja histórico familiar da doença”, alerta a oncologista.
Embora o câncer de cólon possa ter origem genética, diversos fatores de risco estão ligados ao estilo de vida. Por isso, adotar hábitos saudáveis é essencial. “Além da prática regular de exercícios físicos, é importante manter uma alimentação equilibrada, não exceder 500 gramas de carne vermelha na semana, evitar o tabagismo e o consumo de bebidas alcoólicas”, recomenda Cristiane.