Estudos mostram que canabidiol ajuda no alívio das dores da endometriose

Para quem sofre com a endometriose e utiliza medicamentos analgésicos ou anticoncepcionais, o canabidiol surge como um tratamento eficaz para a doença. Segundo dados do Governo Federal, foram realizados mais de 26,4 mil atendimentos atrelados a enfermidade no Sistema Único de Saúde (SUS) em 2021, além de oito mil internações registradas na rede pública de saúde.

A endometriose desencadeia dificuldade de engravidar, pode causar infertilidade e ainda comprometer órgãos como ovários, útero, bexiga e intestinos, tendo como maior queixa a dor pélvica. Alguns dos sintomas da doença são cólicas intensas antes ou durante a menstruação, dor durante as relações sexuais, menstruação abundante, sangramento fora do período correto, dor ao urinar ou evacuar, diarreia, prisão de ventre, inchaço e cansaço extremo.

Estudos recentes têm demonstrado o potencial dos canabinoides, compostos químicos encontrados na planta de cannabis, no alívio da dor e na redução da inflamação associada à endometriose. Pesquisas indicam que cerca de 13% das mulheres com endometriose na faixa etária de 18 a 45 anos relatam o uso de cannabis para o manejo dos sintomas, com resultados promissores. A eficácia na redução da dor é relatada como alta, com muitas pacientes conseguindo reduzir significativamente ou até mesmo eliminar o uso de medicamentos farmacêuticos tradicionais.

Segundo a estudiosa na área de cannabis medicinal, Beatriz Jacob, a cannabis medicinal auxilia no tratamento da endometriose por desempenhar um papel importante na regulação de diversas funções fisiológicas. “O canabidiol auxilia na manutenção da homeostase, responsável pelo equilíbrio interno do corpo, e possui propriedades analgésicas, anti-inflamatórias, imunológicas, reduzindo significativamente a percepção da dor e a inflamação que a endometriose causa”, explica.

A estudiosa também esclarece que o tratamento com canabidiol é recorrente e precisa ser indicado corretamente por um médico especialista. A ingestão do canabidiol pelos pacientes costuma ser diária, mas com prescrição de acordo com o quadro clínico de cada paciente. Assim como tudo na medicina, a análise humanizada é fundamental para o planejamento de um tratamento adequado e eficiente.

“Além do alívio da dor, o uso da cannabis também tem sido associado à melhoria do sono e à redução de sintomas relacionados ao uso de opióides, como náuseas, vômitos e constipação. Estudos mostram que a combinação de CBD e THC, dois dos principais componentes da cannabis, pode ser especialmente eficaz no controle da dor e dos espasmos musculares causados pela endometriose, possibilitando até a redução do uso de opioides”, finaliza Beatriz.