A Doença de Parkinson, que afeta celebridades como o ator Michael J. Fox e o boxeador Muhammad Ali, impacta cerca de 200 mil brasileiros, segundo dados do Ministério da Saúde (2022). A condição é caracterizada por tremores, rigidez muscular e dificuldades motoras progressivas. Em busca de alternativas para melhorar a qualidade de vida dos pacientes, a estudiosa em cannabis medicinal Beatriz Jacob Milani defende o uso de compostos derivados da planta como uma abordagem terapêutica promissora.
“A Doença de Parkinson é muito mais que uma questão de mobilidade. Ela afeta o sistema nervoso central e a qualidade de vida em inúmeros aspectos”, explica Beatriz. “A Cannabis contém compostos, como o canabidiol (CBD), que agem nos receptores do sistema endocanabinoide, ajudando a reduzir sintomas como rigidez e espasmos, e até mesmo os sintomas não motores, como melhora do sono e alívio da ansiedade, o que pode ser transformador para quem convive com essa condição. ”
Beatriz Jacob destaca que, embora ainda existam preconceitos e barreiras regulatórias, a Cannabis medicinal vem sendo amplamente estudada por sua eficácia em auxiliar o controle de sintomas do Parkinson. “Não estamos falando de uma cura, mas de uma maneira de proporcionar alívio e melhorar a qualidade de vida dos pacientes. A cannabis pode contribuir significativamente para a redução da dor e dos tremores, melhorando em muitos casos a coordenação motora, trazendo mais autonomia. Além disso, pode auxiliar em transtornos do sono e do humor, com melhora do bem-estar, afirma.
A médica também enfatiza a necessidade de regulamentação no Brasil para facilitar o acesso a esses tratamentos. “Infelizmente, muitos brasileiros que poderiam se beneficiar da cannabis medicinal ainda encontram obstáculos pelos custos altos. É essencial que o Brasil avance nessa pauta para oferecer uma opção segura e acessível aos pacientes e suas famílias”, conclui.