Estresse é o grande mal do século XXI

Transtornos de ansiedade e outros problemas psicológicos são o segundo maior motivo de afastamento de trabalho

O mundo moderno é rápido e dinâmico, e força nosso corpo a realizar tarefas o tempo todo, de forma que muitas vezes não sobra tempo nem para lembrarmos dos cuidados com o nosso organismo. Seja por estresses do dia a dia, como ficar parado no trânsito, ou algo mais intenso como uma crise familiar ou no ambiente de trabalho, está cada dia mais complicado do corpo entender essa rotina sem uma pausa para descanso. De acordo com uma pesquisa realizada pelo Isma-BR (órgão sem fins lucrativos), nove em cada dez brasileiros apresentam sintomas de ansiedade e os transtornos emocionais são o segundo maior motivo de afastamento do trabalho.

Segundo a Previdência Social, nos últimos 10 anos, o auxílio-doença para estes casos aumentou em 20 vezes, com colaboradores afastados por mais de 100 dias de suas funções. “O estresse causa fadiga, compulsão alimentar, queda de produtividade, problemas interpessoais e pode resultar em síndromes como a bornout, desencadeando um esgotamento físico e mental”, afirma o Dr. Thiago Volpi, médico e proprietário do Espaço Volpi. Muitas vezes a pessoa passa a imaginar e viver situações que ela acredita serem coisas comuns do dia a dia, como não conseguir desenvolver determinada tarefa porque acha que está sem criatividade, quando na verdade está sofrendo de um alto grau de estresse. Alguns sintomas físicos são bastante recorrentes e acabam sendo atrelados a outros fatores, como dores de cabeça, dores musculares, problemas gástricos, ganho de peso e insônia e que na verdade são consequências do estresse. O que é preciso então para parar esse grande mal?

Fácil de entender, difícil de ser feito no dia a dia, a alimentação é na maioria das vezes o remédio de todos os problemas. “Um consumo adequado de gorduras, carboidratos, proteínas, vitaminas e minerais são essenciais para o bem-estar do organismo. Quando nos alimentados corretamente, o nosso corpo naturalmente responderá melhor, aumentando a energia e a vitalidade. Quando existe um déficit de determinado nutriente, isso obriga o organismo a fazer um esforço a mais para compensar essa falta”, explica Volpi. Isso é ainda mais agravado pelo consumo desenfreado de cafeína e açúcar, hábitos muito comuns de alguém que está estressado.

Que as atividades físicas são importantes, todo mundo sabe, mas o que poucas pessoas levam em consideração é a postura corporal. O corpo tem a sua própria linguagem e se expressa através dela. Ficar encurvado, de cabeça baixa, ombros caídos, não é uma boa impressão. Quando endireitamos a coluna e andamos de cabeça erguida o corpo parece entender e transmitir uma nova mensagem: a de segurança e autoconfiança. “De fato, o mais importante é o que acontece dentro da mente e ela precisa e deve ser disciplinada para que se volte ao que acontece a si mesmo, tirando o foco da foco da situação estressante, que é objetivo quando se pratica exercícios e meditação”, analisa.

Em uma era construída pela agilidade e rapidez de informações através de smartphones, de vez em quando é essencial dar uma pausa para respirar, abaixar a tela, sair das redes e ser mais introspectivo, pensar em si mesmo e saber como mudar e usufruir do poder da sua mente de uma forma emocional, porém inteligente e benéfica.