A ferritina é uma proteína produzida pelo fígado, responsável pelo armazenamento do ferro, além de formar a hemoglobina e as hemácias. Para detectar a quantidade de sua presença no organismo, é preciso realizar um exame de sangue, que irá avaliar a quantidade de ferro, se está alta ou baixa, e as possíveis implicações para o paciente. É através dele que se diagnostica inflamações, infecções e doenças, como a anemia ferropriva.
Segundo a médica da família, Marina Manfrim, o ferro, em si, é indispensável para o bom funcionamento do corpo, estando relacionado ao desenvolvimento cognitivo, contribuindo para o sistema imunológico e, acima de tudo, auxiliando no transporte de oxigênio no sangue. “A avaliação da ferritina acaba sendo, ainda, um importante marcador inflamatório de fase aguda e de processos inflamatórios crônicos, revelando muito mais que apenas o excesso ou falta de ferro”, explica
A médica ressalta que ela é uma proteína fundamental e seu papel na fisiologia vai muito além da função da qual deriva seu nome, que é a de estocar e liberar a reserva de ferro. É fabricada pelas células de diversos órgãos como fígado, baço e medula óssea. Ela é implicada, direta e indiretamente a funções vitais, como regulação do sistema imunológico, proteção cerebral e funções hormonais, como produção e ação dos hormônios da tireoide.
“A produção das hemácias pela medula óssea requer ferro para a síntese da hemoglobina e, quando não existe essa substância de forma adequada, há a anemia. Mas deve ser lembrado que este problema é, em sua maioria, um sinal tardio de uma deficiência crônica de ferro, sendo a alteração da ferritina muito mais precoce que a queda de hemoglobina”, explica Marina.
Os sinais e sintomas mais comuns da ferritina baixa têm relação ao déficit energético que a baixa disponibilidade de ferro causa, como: fadiga, indisposição, sono irregular, pele ressecada, queda de cabelo, unhas quebrando, sintomas depressivos, problemas de memória e disfunção no trato digestivo.
Enquanto a principal causa de ferritina baixa é a deficiência de ferro, a razão maior da proteína elevada não é o excesso desta substância. Por vezes resulta de uma doença de cunho genético chamada hemocromatose, doenças do fígado e certos tipos de câncer.
“Essas causas são muito menos frequentes que a principal delas: a inflamação crônica. Esta é associada a uma imunidade deficitária, excesso de gordura e perda de massa muscular e o desenvolvimento de doenças crônicas, como diabetes e hipertensão”, finaliza Marina