Uma pesquisa da Academy of Managed Care Pharmacy, dos Estados Unidos, mostrou que uma mulher com endometriose perde, em média, seis horas de produtividade no trabalho por semana devido à doença. A pesquisa analisou dados de mais de 1.400 mulheres com endometriose em 10 países.
Ainda segundo a pesquisa, cerca de 7 milhões de brasileiras são afetadas pela endometriose. Para muitas mulheres, menstruar é sinônimo de dores intensas, compromissos cancelados e uma vida familiar e social profundamente impactada.
Segundo a ginecologista, Tammara Pagioro, a endometriose é uma condição benigna caracterizada pela presença do tecido que reveste o útero fora da cavidade do mesmo e que se manifesta principalmente por dor pélvica e infertilidade. “As causas são muitas e envolvem desde alterações hormonais, inflamatórias, imunológicas, genéticas e ambientais. Não há maneiras eficazes de evitar o seu desenvolvimento”.
A especialista explica que em geral a endometriose apresenta sintomas comuns: cólicas menstruais, dor durante as relações sexuais, dor ao urinar ou defecar relacionada ao ciclo menstrual, cansaço, inchaço abdominal, alterações intestinais durante o período menstrual, sangramento menstrual aumentado ou irregular.
“A dor em cólica durante o período menstrual atinge 15 a 50% das mulheres jovens, e pode ocorrer em associação com outros sintomas como náuseas, vômitos, alterações do hábito intestinal, cansaço, tontura, sensação de peso nas pernas, dor de cabeça entre outros”, ressalta Tammara.
A infertilidade é a outra face da endometriose que também é silenciosamente dolorosa e, embora não afete todas as mulheres com endometriose, a doença pode estar presente em até 50% dos casos de infertilidade feminina.
“Infelizmente as mulheres com endometriose percorrem um longo caminho desde o início dos sintomas até o diagnóstico definitivo, o que geralmente leva entre 5 e 12 anos. Essa demora se explica pelos sintomas inespecíficos, a necessidade de exames diagnósticos realizados por médicos especializados e um fenômeno denominado “normalização da dor”, disse a especialista.