Dados apontam que o brasileiro fez 10,49% a mais de cirurgia plástica que o americano, sendo que a população dos EUA é 55% maior que o Brasil.
Mesmo sendo o país da Garota de Ipanema, imortalizada por seu charme e beleza na canção de Tom Jobim, o Brasil é o país que mais se busca a beleza a qualquer custo, mesmo que seja em um centro cirúrgico. De acordo com dados divulgados pela Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica*, o Brasil é líder mundial de procedimentos estéticos tanto em consultórios, quanto em cirurgias plásticas. Isso se dá pelo padrão que a sociedade ainda impõe sobre o que é belo e o que é aceito esteticamente pela indústria do consumo.
Porém, nas redes sociais, existe uma liga de mulheres empoderadas e donas de sua real beleza, como a influencer Gabi Camello, que ao expor um corpo cheio de marcas e fora do dito padrão, mostra sua trajetória dos 125 aos 65 quilos, sem o menor pudor estético. “Depois de tanto me questionar e sofrer, percebi que a minha melhor versão é viver livre dentro do meu próprio corpo. E a liberdade é cativante, alegre e divertida! Uma pessoa que vive em busca de um padrão definitivamente não é livre. Eu busquei esse padrão mesmo após emagrecer 60kg. Emagrecimento não é sinônimo de felicidade.”, diz Gabi.
Segundo a influenciadora, muitas de suas seguidoras passam a consumir seu conteúdo nas redes sociais por se sentirem acolhidas e ouvidas. “As pessoas precisam se identificar, ver sua falha no outro, para que possam superar seus medos, traumas e se aceitar. Acredito que muitas mulheres buscam na cirurgia plástica um atalho para a sua aceitação corporal, e posso dizer de carteirinha, não é por aí”, atesta Gabi. Ainda assim, os dados sobre as cirurgias plásticas no Brasil são impressionantes.
No ranking do poder de compra por pessoa, publicado em abril deste ano pelo FMI (Fundo Monetário Internacional), o Brasil está em oitavo lugar entre as economias mundiais. O Estados Unidos, por sua vez, é considerado o país mais rico do mundo nesse pódio. Se tratando em cirurgia plástica, que é algo não essencial e substancialmente caro, o Brasil está em primeiríssimo lugar. Se compararmos em uma porcentagem, o brasileiro fez 10,49% a mais de cirurgia plástica que o americano, sendo que a população dos EUA é 55% maior que o Brasil.
Para a influencer Gabi Camello, tal comparação entre os países e seus números sobre os procedimentos de beleza, serve de alerta para que façamos uma ponderação importante: “para o brasileiro a beleza põe mesa? Como pode estarmos tão atrás em cifras da economia mais rica do mundo, e ainda assim gastar milhões buscando algo tão subjetivo como beleza?”, provoca. Gabriela Camello é escritora do livro ‘Bem me Quero’, um guia prático para a mulher moderna se aceitar e se amar do jeito que é. “Com a pandemia e o isolamento social, a mulher teve mais tempo para se perceber profundamente. O que eu trabalho todos os dias e reforço nas minhas redes, é que essa seja uma percepção mais amorosa e cuidadosa. Afinal, se a gente não se amar primeiro, quem irá?”, pondera.
*ISAPS (Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica)