No dia 18 de setembro é comemorado o Dia Nacional de Conscientização e Incentivo ao Diagnóstico Precoce do Retinoblastoma. Ele é um tumor maligno ocular que compromete as células da retina; pode acometer um ou ambos os olhos e, por vezes, ser multifocal (dois tumores ou mais) no mesmo olho. É o tumor intraocular maligno primário mais frequente na infância e sua incidência varia de 1/14.000 a 1/34.000 dos nascidos vivos.
Segundo a oftalmologista Gabriela Hoehr, em 10% dos casos, há herança familiar, sem predileção por sexo ou raça. Na maioria dos casos, é esporádico, e o diagnóstico é feito geralmente antes dos 2 anos de vida, podendo já ser observado desde o nascimento. Recentemente, Tiago Leifert e Daiana Garbin tomaram a importante iniciativa de divulgar que sua filha apresentava retinoblastoma e alertam para o diagnóstico precoce, fundamental para preservar a vida e a visão da criança.
“O principal sintoma do retinoblastoma é a leucocoria, um reflexo branco na pupila ou ‘menina dos olhos’. Trata-se do reflexo da luz sobre a superfície do tumor. Outros achados são: estrabismo (olho torto), fotofobia (sensibilidade exagerada à luz), perda da visão, hiperemia (vermelhidão) na conjuntiva do olho (membrana que recobre a parte branca do olho), proptose (quando o olho fica saltado) e dor óssea, que podem ocorrer em estágios mais avançados do tumor”, explica a médica.
Não há como prevenir a doença, pois ela pode ocorrer mesmo sem histórico familiar preexistente, mas, com o diagnóstico precoce e uma equipe multidisciplinar, mais de 95% das crianças com retinoblastoma podem ser curadas.
“A prevenção de doenças oculares deve começar ainda na maternidade, com a realização do Teste do Olhinho (Teste do Reflexo Vermelho) até 72 horas de vida. Esse teste é apenas uma triagem realizada pelos pediatras e não substitui o exame de mapeamento de retina, que deve ser realizado por um médico oftalmologista antes de um ano de idade. O Teste do Olhinho, em geral, só se altera quando o tumor já possui dimensões maiores e, ao se realizar o mapeamento de retina com as pupilas dilatadas, possibilitamos uma avaliação da retina com detalhes e o diagnóstico de tumores ainda pequenos.
Caso já exista histórico de retinoblastoma na família ou surgimento de algum sinal de alerta, como estrabismo e alteração de cor de reflexo, o exame oftalmológico deve ser realizado com urgência o mais breve possível!”, ressalta Gabriela.
Segundo ela, vários fatores devem ser levados em conta para a indicação do melhor tratamento, como, por exemplo, o tamanho do tumor. “Se o tumor for pequeno, o tratamento pode ser local; tumores maiores podem requerer quimioterapia para sua redução, entre outros tratamentos, sendo que a enucleação (retirada completa do globo ocular) raramente é necessária. Se o tumor for tratado quando ele é pequeno, não só salva a vida da criança, mas também pode preservar a visão”, finaliza.