Dia Nacional da Saúde: o armazenamento das células-tronco como opção de tratamento para algumas doenças

Especialista da Criogênesis explica como o material, encontrado no sangue e tecido do cordão umbilical, pode ser eficaz no tratamento de diversas patologias

Em 5 de agosto comemora-se o Dia Nacional da Saúde no Brasil. A data foi criada com o intuito de conscientizar e garantir o melhor nível de bem-estar para as pessoas em todo o país, por meio da divulgação de temas que contribuem para a melhoria e qualidade de vida, despertando na população o interesse e os cuidados necessários para com ela.

De acordo com Nelson Tatsui, Diretor-Técnico do Grupo Criogênesis e Hematologista do HC-FMUSP, as pautas usualmente debatidas nessa data visam despertar reflexões relacionadas à saúde, que englobam a presença de uma efetiva qualidade de vida e prevenção contra enfermidades futuras. “Ser saudável depende de uma série de fatores físicos e mentais que devem fazer parte da rotina de todos, como uma boa alimentação, ingestão suficiente de água, prática de atividades físicas, lazer e descanso”, afirma.

O médico afirma que, quando o assunto é o bom funcionamento do organismo, os métodos preventivos assumem um papel importante, pois garantem uma precaução, em termos de possíveis complicações. Neste sentido, a medicina contemporânea acredita nas células-tronco como forma de prevenção a possíveis complicações, já que são capazes de atenuar e tratar diversas patologias. “O material, que pode ser retirado do sangue e tecido do cordão umbilical ou da polpa do dente de leite, é capaz de originar diversos tipos de tecidos, o que possibilita a sua utilização em mais de 80 tipos de doença, além de outros quadros, que ainda estão em fase de estudo”, assegura.

O especialista explica que as células-tronco funcionam como “mães”, capazes de criar os componentes principais do sangue humano e do sistema imunológico do corpo. “A partir delas, se formam glóbulos vermelhos, brancos e plaquetas, que levam o oxigênio aos tecidos, e conseguem combater infecções que atuam na coagulação sanguínea, por exemplo”, informa.

Nelson garante que diversos ensaios recentes envolvendo o uso de células-tronco apontam que o material é capaz de recuperar diferentes regiões e tecidos danificados. “As células-tronco podem ser usadas no tratamento da paralisia cerebral, na atenuação do grau do autismo e na melhora do diabetes, por exemplo, porque incentivam os processos de regeneração. Além disso, elas são capazes de originar células características do sistema nervoso e modular, por meio de ação imunológica, reduzindo assim a inflamação de determinadas regiões”, enfatiza.

O diretor ainda ressalta que a probabilidade de uma pessoa necessitar do uso de suas próprias células-tronco para tratamento não são baixas. “Estudos revelam que as chances de um indivíduo precisar do seu material biológico ao longo da vida é de em média 1 para cada 200 pessoas. Além disso, as pesquisas e aplicações na área, bem como a crescente alternativa do transplante autólogo e o uso em parentes compatíveis tornam a coleta um investimento preventivo para as famílias”, finaliza Tatsui.