Dia Mundial sem Tabaco: cigarro é principal fator de risco para o desenvolvimento de vários tipos de tumor

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Em Ribeirão Preto, entre os anos de 2020 e 2021, segundo dados da Secretaria da Saúde Municipal, foram registrados 225 óbitos por câncer de traqueia, brônquios e pulmão

Lembrado em 31 de maio, o Dia Mundial sem Tabaco tem como objetivo alertar a população sobre as doenças relacionadas ao tabagismo, um dos principais fatores determinantes das duas maiores causas de mortes no Brasil e no mundo: câncer e doenças cardiovasculares.

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), mais de 30 mil brasileiros são diagnosticados anualmente com câncer de pulmão – cerca de 13,5% de todos os novos casos da doença – e 85% estão associados ao consumo de derivados de tabaco. Segundo o Instituto de Efetividade Clínica e Sanitária (IECS), além dos altos índices de câncer de pulmão, o país registra anualmente cerca de 25 mil mortes ocasionadas por outros tipos de cânceres relacionados ao tabagismo.

“O cigarro é o maior fator de risco para o desenvolvimento do câncer de pulmão, mas também está relacionado ao aparecimento e evolução de outros tumores como o de cabeça e pescoço, esôfago, bexiga, dentre outros”, afirma Diocésio Andrade, oncologista da Oncoclínicas Ribeirão Preto. Segundo dados da Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto, entre 2020 e 2021 foram registrados 225 óbitos no município por câncer de traqueia, brônquios e pulmão, sendo a faixa etária acima dos 55 anos a mais atingida.

“A mortalidade por câncer de pulmão entre fumantes é cerca de quinze vezes maior do que em pessoas que nunca fumaram. Entre ex-fumantes é cerca de quatro vezes maior. Por isso, é preciso sempre reforçar as campanhas de conscientização. A pessoa que deixa de fumar sente uma melhora imediata na qualidade de vida, além de reduzir os riscos e complicações de dezenas de doenças”, explica o médico.

Apesar de ser considerada uma neoplasia silenciosa, algumas pessoas podem apresentar sinais do câncer de pulmão ainda em sua fase inicial, o que aumenta as chances de um tratamento efetivo. “É importante estar sempre atento aos sinais mais comuns da neoplasia como tosse persistente, escarro com sangue, rouquidão, piora da falta de ar, perda de peso e de apetite, pneumonia recorrente ou bronquite e sentir-se cansado ou fraco. Nos fumantes, o ritmo habitual da tosse é alterado e podem aparecer crises em horários incomuns”, completa Dr. Diocésio.

O médico ressalta ainda a importância do cuidado com o uso do cigarro eletrônico, que tem sido utilizado principalmente por jovens. “As pessoas tendem a usar o cigarro eletrônico como alternativa ao tradicional, mas ele não combate o vício em tabaco e contém nicotina, uma versão moderna do mesmo mal”, finaliza.