O mês em que se celebra o Dia do Pais, traz também uma reflexão e um alerta de como o tratamento oncológico pode interferir na possibilidade de homens terem filhos no futuro. Dependendo da localização do tumor, a perda da capacidade de gerar herdeiros pode ter diferentes causas, como por exemplo, a retirada cirúrgica dos testículos, ou os efeitos tóxicos dos tratamentos como quimioterapia e radioterapia.
Algumas cirurgias oncológicas podem também comprometer a fertilidade de imediato ou em alguns meses. Esse efeito, contudo, pode ser apenas temporário, dependendo do caso. “Os pacientes que possuem o desejo de ser pai, devem sempre ser informados pelo médico oncologista sobre a possibilidade e a probabilidade de ficarem inférteis após qualquer tratamento oncológico. Além disso, precisam ser instruídos a procurarem clínicas especializadas em fertilidade para preservação de espermatozoides, antes de iniciar o tratamento.”, comenta Carlos Fruet, oncologista do InORP Oncoclínicas.
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o tipo mais comum de neoplasia nos homens, excetuando o câncer de pele não melanoma, é o de próstata (29,2%). Em seguida, vem o de cólon e de reto (9,1%). Os efeitos colaterais dos tratamentos realizados na região pélvica, podem causar alto risco de danificar os espermas e dependendo da abordagem e da área tratada pode vir a prejudicar a fertilização do óvulo; em caso de fecundação, levar ao aborto espontâneo, ou em caso de nascimento, gerar alguma má formação congênita.
“Para os pacientes que por algum motivo não consigam preservar espermatozoides, sugerimos que esperem de seis meses a dois anos após o fim do tratamento antes de tentar engravidar a parceira. Cada caso deve ser analisado individualmente, explica Carlos Fruet.
Importante salientar que ter ou ter tido câncer não significa que o homem não consiga ser pai. “Com a modernização das técnicas de fertilização e com novos medicamentos oncológicos cada vez menos tóxicos, é mais frequente vermos homens que conseguem essa dádiva após se curarem da doença”, reforça o médico oncologista do InORP Oncoclínicas.