Brasil está entre os países mais avançados do mundo no combate às mortes e doenças causadas pelo tabaco

Dados do Global Tobacco Control Progress Hub colocam o Brasil na 18ª posição entre 180 países em termos de redução da oferta e demanda de tabaco. Vapes são um ponto de preocupação.

Neste “Dia Nacional de Combate ao Fumo”, o Brasil tem ao menos um motivo para comemorar. De acordo com o Global Tobacco Control Progress Hub, plataforma que monitora a implementação das propostas da Convenção-Quadro da OMS para o Controle do Tabaco (CQCT), criada pela ASH Canada em colaboração com o Instituto para o Controle Global do Tabaco (IGTC) da Johns Hopkins Bloomberg School of Public Health, o Brasil ocupa o 1º lugar na região das Américas em propostas como redução da interferência da indústria, a regulamentação do conteúdo dos produtos de tabaco e a coordenação da vigilância e da investigação dos produtos de tabaco (artigos 5.º, 9.º e 20.º da CQCT, respetivamente).

Adotada em 2003, a CQCT é um dos tratados de maior adesão na história das Nações Unidas, oferecendo uma estrutura de saúde pública para reduzir o número de mortes e de doenças causadas pelo tabaco, incluindo medidas de preços e impostos para reduzir a demanda, políticas antifumo para oferecer proteção contra a exposição à fumaça, proibições à publicidade, patrocínio e promoção do tabaco, restrições ao comércio ilícito, vendas para jovens e mais. Além de sua posição regional, o Brasil ocupa a 18ª posição entre 180 países em termos de implementação geral do tratado, de acordo com o Progress Hub, indicando um grande progresso no combate à epidemia do tabaco.

Com base em dados do Progress Hub, 12,6% da população adulta do Brasil fuma – 7 pontos percentuais a menos que a média global. O tabagismo é mais prevalente entre os homens brasileiros (15,9%) em comparação com as mulheres brasileiras (9,6%). Com 5,4%, a prevalência de tabagismo entre adolescentes de 13 a 17 anos no Brasil é 5 pontos percentuais menor que a média global, com prevalência ligeiramente maior entre adolescentes do sexo feminino (5,6%) do que entre adolescentes do sexo masculino (5,3%).

De acordo com Graziele Grilo, Coordenadora Sênior do Programa de Pesquisa e Líder Regional para a América Latina do IGTC, o Brasil teve avanços importantes em termos de controle do tabaco, mas ainda é necessário manter uma postura vigilante em relação à saúde pública, pois a indústria do tabaco está sempre inovando. Essa visão trata, especialmente, dos dispositivos eletrônicos para fumar, como cigarros eletrônicos e produtos de tabaco aquecido: “A venda, propaganda, distribuição, fabricação e importação de cigarros eletrônicos e produtos de tabaco aquecido são proibidas no Brasil. No entanto, um corpo crescente de evidências mostra que a publicidade ou marketing desses produtos persiste inclusive nas mídias sociais – o que pode contribuir para a popularização do produto, apelo e iniciação do uso entre os jovens”.

Por ocasião do “Dia Nacional de Combate ao Fumo” no país, o Brasil pode reafirmar sua posição de liderança na luta contra mortes e doenças causadas pelo tabaco com ações adicionais que levam a um progresso contínuo, incluindo o monitoramento da publicidade e do comércio eletrônico, inspeções regulares nos pontos de venda de produtos do tabaco e o estabelecimento de parcerias com agências de controle de fronteira para prevenir o contrabando de dispositivos eletrônicos para fumar. Ao redobrar seu compromisso como líder na região e no mundo, o Brasil também pode obter uma vitória global no fim da epidemia do tabaco.

Para acessar o Global Tobacco Control Progress Hub, visite: Link.

Sobre o Instituto para o Controle Global do Tabaco

Criado em 1998, o Instituto para o Controle Global do Tabaco informa as medidas de controle do tabaco em países ao redor do mundo há 25 anos. Como parte do Departamento de Saúde, Comportamento e Sociedade da Johns Hopkins Bloomberg School of Public Health, o instituto é parceiro da Bloomberg Initiative to Reduce Tobacco Use and a Collaborating Centre of the World Health Organization, guiado pela missão de prevenir mortes e doenças causadas por produtos de tabaco, gerando evidências para apoiar intervenções relacionadas ao tabaco.